UM BUSSACO SEM DONO
Peter
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BORDALO, O SEU A SEU DONO...
Em fevereiro de 1887, Rafael Bordalo Pinheiro faz um contrato com o Governo português relativo á construção dum monumental conjunto de 86 figuras escultóricas destinadas a guarnecer as capelas da Via Sacra do Buçaco. Era ministro das Obras Publicas Comércio e Industria, Emidio Navarro. Tinham-se reunido no Luso e no Bussaco e dali seguiram para as Caldas da Rainha onde selaram o negócio por um custo total de nove contos de reis.Navarro visitara a fábrica de Faianças das Caldas da Rainha e tinham acordado estabelecer um contrato com o fim de substituir as imagens então existentes, talvez obra dum ex-religioso do convento carmelita ou mesmo de bonecreiros de Aveiro e que agora se encontravam em mau estado, não condizente com o património arbóreo do parque botânico onde estavam inseridas.
Assinado o acordo, Bordalo Pinheiro iniciou os projectos artísticos e com os seus colaboradores deu principio aos trabalhos baseado em estudos sérios e pormenores artísticos de grande qualidade, chegando a fazer 56 figuras dos agrupamentos ensaiados, alguns com a sua assinatura,
Por razões várias, entre elas a saída do país em missão especial e depois a morte do artista, ao que sucedeu a falência da fábrica de Faianças, em 1908, chegou-se a um ponto em que as esculturas existentes, cujos custos já tinham duplicado para 18 contos de reis, não tiveram continuação nem as figuras já executadas e pagas foram entregues ao Buçaco, permaneceram sim espalhadas por vários locais da olaria.
Entretanto pela fábrica, que seria vendida em hasta publica m 1908, foi solicitado ao Hospital Termal das Caldas da Rainha, um pavilhão do parque D.Carlos I onde pudesse guardar a obra feita, que pertencia ao Estado. Ali ficou o conjunto das figuras até que em 1960 foram levadas para o museu José Malhoa, onde se encontram hoje em exposição.
Obra inacabada mas de grande valor artístico foi paga por um orçamento publico destinado à Via Sacra do Buçaco e não ao Museu das Caldas, o que constituiu um erro além duma apropriação ilegal dum bem que nos parece, pertence ao espólio religioso do Buçaco, facto que entidades responsáveis nunca ponderaram, decidindo em nome próprio a favor de terceiros numa gratuidade revoltante. O próprio museu rececionante se devia e deve sentir incomodado, por expor um bem que não é seu. Seria importante que a obra inacabada fosse finalmente entregue ao legítimo dono, repondo a justiça e seriedade das entidades envolvidas no seu devido lugar. É que na verdade as figuras pertencem ao Buçaco, assim foram devidamente liquidadas pelo erário publico.
Ficam dois pormenores ilustrativos.
Peter
Depois de 12 anos da leviana aventura que levou a Mata Nacional do Buçaco ao estado pouco digno em que hoje se encontra, pelas mãos e pelo dinheiro dos municipes do concelho da Mealhada, o Dec-Lei nº 35/2021 de 18 de Maio, coloca a Fundação nas mãos do Estado , através de um responsavel da area das florestas que vai presidir em exclusividade aos seus destinos. Durante a última duzia de anos na mão da Câmara da Mealhada, a Mata e o seu património sofreu uma degradação constante e hoje encontra-se num estado pouco digno, a necessitar de uma gestão profissionalizada e competente, capaz de reencaminhar o acervo do perimetro florestal para uma proposta séria de património mundial, situação hoje longe de se verificar.
É verdade que vale mais tarde que nunca, mas foi exagerado o tempo que se passou em brincadeiras romarias , e festejos, levados a cabo por curiosos de partidarites abusivas. Neste blog, sempre denunciamos o erro dum ataque irresponsavel ao património botânico, ao património construido, ao acervo religioso e ambiental.O Buçaco é um templo e um museu, não um terreiro de feirantes ou pisadores do vegetal, como vem acontecendo. Com um concelho directivo formado pela área das florestas a nivel nacional, e três vogais por inerência ao nivel do Instituto do Turismo de Portugal, do Instituto de Conservação da Natureza e do Património Cultural deste país, e finalmente pelo presidente da autarquia, estamos certos que o Buçaco pode avançar por uma gestão profissionalizada e cientifica , podendo em prazo razoavel ser património da Unesco, um desejo expresso publicamente há mais de 25 anos, pela Junta de Turismo Luso Buçaco, um orgão entretanto extinto e que faz falta bastante falta ,na área do turismo local . Fazemos votos para que a Fundação , limados os estatutos, leve o recurso botânico, turistico , termal e hoteleiro a melhor porto.
Peter
O ESTRANHO ABORTO AFUNDATIVO
UM PAU PARA TODA A COLHER
Por recente noticia soubemos que a Destilaria da EX Junta Nacional do Vinho( falecida) foi entregue á Fundação Bussaco pela edilidade mealhadense , por ordem expressa do edil presidente. Perante duvidas da oposição, afirmou em assembleia estar-se marinbando para a vox populi , que são entre eleitores o eu também. Para lá da pouca educação e anti-democracia no areopago municipal, o senhor edil, que veio das berças de Valongo para a serra do Bussaco, nada percebe da Mata Nacional, pois a leva em continua destruição desde que tomou posse nesta terra. A vox populi alçou-o ao poleiro da politica onde se agarrou com unhas e dentes, por mor de alguns atos menos claros, como foi o de Isabel, que não a rainha santa, mas outra, que numa noite perdeu as eleições por artes do diabo consumadas. Deduz-se que a dita Afundação é pau para toda a colher. Há poucos meses deu consultadoria á mulher por dois mil e quinhentos euros mensais, antes aboletou em recibos verdes o assessor que nunca sendo empregado, aboletou em chefe de divisão, no verão passado ensaiou o fecho do Palace Hotel do Bussaco (?), recentemente entregou a administração da afundação ao seu vice presidente autárquico, que parece, colaborou no xiqueiro politico partidário do concelho. Quando for escolhido o novo presidente já escolhido, hão-de acarretar para votos em viaturas próprias, os militantes, que apenas por curiosidade, nunca mais foram ouvidos depois do voto derradeiro, nas ultimas autárquicas.Neste jogo democrático de mentes obtusas que esta demo-cracia proporciona, há compras extraordináriamente incompreensiveis, inclusive a amigos, que é dita em calinadas pontuais, perante um acervo de redes interessadas num Portugal vazio , quanto mais esvaziado mais propício.
Aqui fica o aconchego á Fundação Bussaco, uma Mata Afundada pelas administrações publico-privadas, com curiosos escolhidos a dedo, mas privadas de todo, com rendimentos médios triplicados em relação aos velhos e profissionais engenheiros florestais, que administavam pelo Ministério da Agricultura com processos cientificos, os 105 hectares de todo o termo . Podia-se ver e visitar no brinco da sua qualidade sem pagar um tostão, um património publico. Hoje, pagando em euros a entrada, basta sair de dois ou três cenários preparados, para encontrar a lastima e ruina de todo o parque botânico O mesmo cumprimento que os edis deram às termas, minguando-as, sofre a Mata Nacional do Bussaco nas mãos dum diminuto municipio de curiosos obreiros da desgraça. Livres de responsabilidades , imunes ás asneiras, esquecidos pelo dono, o Estado Português. Fundações programadas para receber clientes que vindos das unhas da politica desde o berço, nada sabem fazer. Faz-se-lhes então a cama, normalmente com penas de pavão !
Peter
No dia 3 de Fevereiro corrente, foi levantada na Assembleia da Republica a questão da nomeação do vice-presidente da Câmara da Mealhada para presidente interino da Fundação da Mata Nacional do Bussaco, nomeação feita pelo presidente da Câmara. Em palavras simples, o Presidente da Câmara nomeou o seu vice-presidente, presidente. Apesar da presidência da Fundação ser em regime voluntário, colocam-se questões de legitimidade, de compatibilidade , de legalidade e mesmo de seriedade, que levantam muitas dúvidas perante o cidadão, porque o nomeado , Guilherme José Duarte, está a tempo inteiro na autarquia. Na ausência do Presidente da Câmara, este é substituído pelo seu Vice-Presidente, agora simultaneamente presidente da Fundação, o que lhe dá o estatuto ou condição de gestor e escrutinador de si próprio. Longe de qualquer juizo sobre o cidadão nomeado, não parece correta a situação , quando se está a dar um poder a um sujeito, seja ele qual for, dando-lhe ao mesmo tempo o poder de legitimar ele próprio , eventuais asneiras que faça. É lamentavel que o Bussaco seja utilizado para estas traficâncias políticas, numa linha que vem sendo seguida pelo partido que tem o poder no municipio. Porque o mesmo cidadão não tem qualificação para gestor de florestas, presume-se que a confiança política está na base da nomeação , mais um pontapé da autarquia na freguesia do Luso e no seu património, que há algum tempo vem sendo politicamente abandonado, e destruído. A Mata Nacional continua a vergonha autárquica mais grave e inconsciente por que tem passado o território. O lugar de admnistrador ou de presidente, como é do dominio publico, foi e é objecto de influências, de cunhas, de compadrio, de pedidos a que as politicas levadas a efeito e os fracos eleitos proporcionam a alguns. Haja alguma dignidade por parte dos orgãos estatais para acabar com estas brincadeiras de mau gosto, pondo no lugar que é devido a Mata Nacional do Bussaco, monumento nacional, dotando-a duma administração honesta, especializada, profissional. Brincar com um património comum é um crime contra todos os portugueses.
Peter
UM MONUMENTO NACIONAL
NÃO PODE SER GERIDO POR UMA AUTARQUIA.
Ora até que enfim um sujeito que há seis anos tem mandado na Mata Nacional do Buçaco, reconhece que um património nacional não pode ser gerido por uma autarquia. Embora por meias palavras e com o secretismo habitual, sugere que algo vai ser mudado enquanto diz que sai este mês da presidência, para depois afirmar que em Novembro continua os trabalhos, não deixando perceber se neste baralho de cartas sai ou fica. O trunfo éstá na falta de transparência do costume. É estranho, quanto ao fim da comissão de serviço que aceitou há seis anos, por escolha a dedo dum presidente de Câmara , venha dizer publicamente que um monumento do Estado não pode ser gerido por uma autarquia, quando no inicio aceitou o cargo em silêncio , nada comentou sobre o assunto, nem sobre a capacidade autárquica para o poder fazer. Depois, passou seis anos calado sobre a questão e só na despedida, se vai haver despedida, é que verificou essa falta de poder e meios. Por que razões o fez agora e não antes, não sabemos, mas que deixa dúvidas no espirito do cidadão, deixa.
Até porque, andando de calça curta na Mata desde que seu avô foi gestor na Administração Florestal do Buçaco, deveria ter aprendido como era bem administrado nesse tempo remoto e como é tão mal nos tempos que hoje correm. Desde 1836, quando foi incorporado nas Matas do Reino e depois nas Matas da Republica em 1910, ambos momentos liberais desta nação, até ao momento em que um senhor Sócrates o entregou a uma autarquia socialista, apadrinhando o ato, a Mata Nacional nunca passou por degradação igual á de hoje. Trata-se da única fundação publica a quem o Estado não dá um tostão, obrigando os pobres munícipes a pagar do seu orçamento, a gestão dum património que não lhes pertence, entregue á curiosidade de amadores da coisa pública, sem vínculos, nem saber para gerir o bem comum e imunes a qualquer responsabilização. Isto porque uma autarquia sem bom senso, aceitou esta solução de substituir o Estado quando no entender dum bom gestor deveria processar o Estado por lhe retirar os meios necessários para o poder fazer. A destruição começou aí, e veja-se desde logo a incapacidade da fundação para gerir o espaço no triste desastre do quadro de Joséfa de Óbidos , avaliado em cerca de 100 mil euros, que deixaram arder na igreja do Convento. Ninguém foi culpado, ninguém foi incomodado, o caso foi abafado como se nada tivesse acontecido. Estas barbaridades, exigem apuramento e juízes, pois ninguém ali estava , nem está, a trabalhar por amor à arte. Com estes privados de algibeira, foi o que aconteceu. Imunes até aos presente.
Não é difícil perceber o estado miserável em que o gestor, agora de abalada, deixa os 105 hectares da Mata Nacional, ao serviço duma autarquia de irresponsáveis políticos que, ultrapassando o tamanho da chinela, se disponibilizaram para gerir um património alheio, com o dinheiro dos outros, dos munícipes. Um assunto que, como no caso recente dum não precário nos serviços da mesma Câmara, deveria ser também investigado, em termos de legalidade, pela Procuradoria-Geral da Republica. Quanto ao Buçaco, abstraindo a estrada que leva à Fonte Fria, ao Convento, ao Palace Hotel, que está fechado, (?) às Portas de Coimbra e à caiação paga pela CEE das capelas da Via sacra, todo o resto está numa ruína como jamais esteve desde que os frades carmelitas destilaram os males da inquisição nas árvores do novo mundo, plantando-as ali. Basta sair dos principais caminhos e do eixo principal que é a estrada, para observar o estado de abandono a que a incapacidade do organismo e da fada madrinha, a autarquia, levou o património. Julgo que o gestor, por muito boa vontade que tivesse, não poderia fazer nada por falta de meios, mas perde as suas razões quando reconhece tardiamente, no fim da comissão de serviço, a incapacidade duma Câmara pequena e inconsciente, para gerir o património nacional. O entusiasmo com que abraçou o desafio, foi bem diferente no fim. No quinzenário local, onde relata hoje as suas mágoas, escrevi muitas vezes o que repito aqui, a Câmara da Mealhada quer ser dona de tudo, mas na realidade só tem ajudado a destruir o seu próprio património e o que não é seu, o caso do Buçaco, das termas de Luso, da Escola Profissional, da Cooperativa Agrícola, da Adega Cooperativa, dos cafés que não consegue gerir na cidade, resumindo, as grandes obras afinal, resumem-se á compra de sucata imobiliária, incluído o cinema do Luso que tem direito a cair como as fábricas da Pampilhosa, o fim do nó ferroviário, a morte, antes de nascer, do famoso campo de golfe ou a barragem do Buçaco, agora no arquivo bolorento de uma gaveta esquecida no sótão municípal.
Outro caso fedorento, passa pela Quinta do Murtal, comprada ou a comprar, parece segredo, por dois milhões e quinhentos mil euros para fazer um museu não se sabe de quê, e criar dois postos de trabalho, o do porteiro, se existir, e o da funcionária amiga. A vilória que passou a cidade subiu à cabeça dos eleitos e espichou-lhes o umbigo duma forma contundente. Doença que chegou para ficar. Um absurdo intencional. Mas os dois novos e grandes mercados, a três quilómetros um do outro, num tempo em que as grandes superfícies dos privados se substituíram aos mercados públicos, são outro paradoxal testemunho da mesma gestão pouco inteligente e afastada da realidade e do interesse da população. Esta é a mesma imbecilidade política de quem não sabe o que fazer em prol dos seus municipes.
Pois que o gestor buçaquino se vá embora, é uma boa ideia, seja tranquila a reforma, mas ir-se embora levando atrás de si o peso do estado lastimoso da Mata Nacional, não o abona em nada, nem no país, nem do delírio de levar uma Mata Nacional a Património da Unesco, no estado em que se encontra. Depois da obra que deixa, é ridículo pretender chegar ao património do mundo apesar das justificações que são as tempestades, os ciclones, as trovoadas, os furacões ou até as monções, os culpados do desleixo. Ou enxurradas da serra que sempre existiram e sempre existirão. De facto, sabe tão bem como os habitantes da freguesia do Luso, a quem teve a amabilidade de fechar pela primeira vez em 180 anos a entrada na Mata com o seu carro ou carroça, que a serra foi e é devastada ciclicamente por elementos naturais, e sabe que na mão do Reino, como na da Republica, a do seu avô, sempre recuperou em muito pouco tempo. Na sua mão por conta da autarquia mealhadense, é o que se vê, uma saga começada sem ter um fim á vista, pelo contrário, num agravamento constante. E eu próprio, como outros, munícipe do concelho, sinto-me lesado ao ter que pagar com os meus impostos e taxas, a destruição que, por incapacidade, tem provocado no Buçaco, incluindo as remunerações dos serviços que prestam. Pondo-me em lugar idêntico, teria vergonha e declarado a falência antes do toque final.
Não conheço a pessoa e enquanto tal não tenho nada a dizer, porém, como suposto especialista e responsável pela recuperação do Buçaco, foi um falhanço total. Perdeu a oportunidade de lançar o seu grito de revolta, ou sensatez, durante os seis anos em que rebocou a evidência, evitando o fim para proclamar a sua opinião ,saindo limpo do fosso. Como o capitão de navio que vê o barco ir ao fundo e não pede ajuda a ninguém antes do afundamento, foi o que fez antes de bater a porta. Se a falta de transparência habitual, não trocar o raciocinio. Coisa natural no meio.
Recordemos que o Buçaco é um património de todos, não da Câmara da Mealhada, em primeiro lugar é da freguesia do Luso , e trata-se dum património nacional, único num concelho pobre de valores, onde o que existe e se regista na história, na cultura, no campo militar, religioso e turístico, salvaguardando que os turistas não são o bando de semeadores que invadem a mata para plantar árvores nem os festeiros e caminhantes que a palmilham sem regras e nem um café bebem, quanto mais chamar-lhes turistas, esse património liquido , digamos, existe na freguesia do Luso, a única também com o poder de atrair os visitantes . O Buçaco é um parque, um templo botânico para ser respeitado e visitado por quem ama a natureza, o silêncio, a serenidade, a beleza e a vida vegetal que ali se perpetua. Trata-se dum património regional, nacional e europeu, dizimado pela inconsistência do clima, mas muito mais pela inconsciência do homem, no obscurantismo das suas limitações, perspectivas e banalidades.
A terminar, comungo as preocupações que tem com a vinda do presidente do ICNF, Instituto de Conservação da Natureza, semanalmente ao Buçaco. De facto é uma grande maçada e um grande problema, porém naturalmente que o povo unido não lhe fica a dever as ajudas de custo nem as deslocações que o senhor presidente faz. Mesmo com reformas de ´200 e 300 euros mensais, não fica a dever nada a ninguém...Já agora a propósito, será que a fundação Bussaco tem algum acordo de empregos com os familiares dos presidentes da autarquia??
Peter
SEM FUNDO, SEM FUNDOS,SEM GOVERNO...
Carregamentos de madeira são retirados da Mata Nacional...
Finalmente um partido político chama a atenção para o desastre que é a Mata Nacional do Bussaco, um Património Nacional nas mãos do município da Mealhada e gerido por uma fundação municipal de inspiração socratica, a única que não recebe dinheiro do Estado e é subsidiada pelos dinheiros camarários , dinheiros dos municipes gasto num bem que não lhes pertence. Paradoxalmente, a dita Câmara, ofereceu-se para tomar em suas mãos o financiamento e hoje, descapitalizada, nem dinheiro tem para manter a funcionar a escola profissional que fundou através do orçamento municipal , vendendo-a a uma organização privada que nada tem a ver com o território, mas sim com o negócio deste tipo de escolas.
Caminhos deslumbrantes e estradas que destroem o acervo...
Quanto á Mata Nacional do Buçaco, poderemos verificar que sucessivos presidentes da autarquia tiveram familiares ali a trabalhar como funcionários e hoje a esposa do presidente em exercício é consultora da fundação com um contrato de dois mil e meio euros mensais, sem haver conhecimento de qualquer concurso para o efeito. Enquanto isso, a fundação, que existe desde 2009/10, tem a sua obra bem visivel no terreno, a Mata, do jardim botânico de excepcional valor que era, traduz-se hoje num desastre total , uma vergonhosa demonstração do que faz o Estado que temos para conservar o património pátrio.
Um Vale dos Fetos em vias de extinção, perante a apatia do proprietário, o Governo. Velha fotografia.
Gestores pagos a preço de ouro, detruiram o templo botânico e ambiental e justificam a sua incompetência com tempestades, ventos, furacões e outras catrástofes naturais. O parque, ao longo do quase meio milénio da sua existência passou por muitos fenómenos naturais, ciclones , enxurradas e devastações levadas a efeito por gente insconsciente em fases de abandono, mas sempre teve alguém que lhe recuperou as artérias e o fez tornar á vida.
Ermida de S.Miguel, recuperada há poucos anos pelos monumentos nacionais por 30 mil contos, hoje destruida no seu interior e rodeada de acácias, mato, silvados e de acessos precários...
Os Frades , o Reino, o Estado através do Ministério da Agricultura. Hoje, pode dizer-se que a calamidade da fundação foi o pior fenómeno que lhe caiu sobre o corpo , curiosamente pago pelo erário publico municipal. Fundação, autarquia da Mealhada e Universidade de Aveiro que mandou para aqui os seus alunos brincar, podem vangloriar-se da obra que fizeram ! A Mata está desbaratada , arruinada, destruida, como diz o Bloco de Esquerda na sua intervenção sobre o assunto. Essa é a realidade á vista . A politica levada a cabo tem sido suja, opaca, arrasadora e para lá do desbaste continuo do conteudo arboreo , acompanhado da invasão de acácias e silvas, vai-se o polo turistico do Luso-Bussaco que foi durante décadas a sala de visitas do municipio , através das suas termas e da serra, um lugar cheio de história que o municipio local se apressa a riscar do mapa.
Cúpula do Hotel Palacio do Buçaco, um 5 estrelas mandado fechar pelo presidente da autarquia...(sem o conseguir)
Quizeram engravatar o que já era engravatado e a gravata deu lugar aos farrapos que restam dum lugar bonito e aprazivel. Não é por esta via municipal ou fundação partidária ,cega, esburacada e incompetente que se chega a um destino feliz. Muito menos a património da humanidade , como ridiculamente pretendem. Disso, já esteve muito mais perto ! Como diria Herculano, faltam adultos nesta competição e profissionalismo nesta tomada do poder! Juntemos a isto o ezvaziamento da parte termal do Luso, um polo económico valioso no mapa turistico do centro de Portugal, esvaziamento levado a cabo por estrangeiros apoiados politicamente por uma câmara municipal de maus amadores ,a da Mealhada, e um Estado desinteressado pelo seu próprio património e o descalabro instalou-se como a pandemia do virus.
Assistimos finalmente a uma interpelação ao Governo sobre o estado do património comum, a Mata Nacional do Buçaco, um partido, o Bloco de Esquerda, que teve a coragem de levantar a questão.
Peter
Velho pormenor fotográfico relativo á Fonte Fria antes de ser
modificada para a versão actual.
Peter
Porta das lapas, uma entrada maltratada....
Em recente noticia de jornal oriunda da fundação Buçaco diz
o presidente daquele orgão de teclas que está a pôr o Buçaco
no mapa com 280 mil turistas. Faltou dizer se conta os turistas
da freguesia e as crianças das escolas ou se são os que
comem e dormem no local .
Além disso, esta nova pretensão de colocar o Buçaco no
mapa tem o seu quê de ridiculo de quem não sabe
onde está ou o que tem a fazer.
Se alguém colocou ou aumentou o peso do Buçaco em todo
o mundo foi um senhor chamado José Santos, um profissional
sério e competente , esse sim, colocou um Buçaco ,que já era
conhecido, nos pincaros desse mundo do turismo através
duma política inteligente e proficua com a comunicação social
e uma qualidade de serviços de primeira qualidade.
E com um amor que os actuais gestores estão muito longe
de ter ao património local.
Qualquer comparação com esse Senhor Buçaco é pura
demagogia de quem a faz , um pretensiosismo exacerbado
que não corresponde a qualquer realidade.
O Buçaco está nos roteiros turisticos há muito tempo, não é
preciso ninguém fora do templo vir ensinar os santos que já
cá estiveram, aqueles que realmente o fizeram por amor ao
património e não por amor ao dinheiro.
Afirmações simplesmente ridiculas!!!!!!
Peter
Mau grado o Luso ter umas Termas e uma Mata Nacional , afinal as mais valias do território concelhio, não tem nenhum vereador na mesa do executivo camarário , uma mesa imposta, não escolhida , mas que mereceu o apoio de quase metade da população deste município naquilo a que se chama urnas. Podemos afirmar que os donos do partido vencedor escolheram bem, feitas as contas o método de Hondt, a única contagem do processo funcionou e abstenção e votos nulos acertaram a verdade dos números em minoria absoluta para convencional maioria.
É precisamente destas habilidades políticas que eu gosto de falar, fugindo á pasmaceira duma democracia prenhe de partidarite aguda , moléstia febril de ambição e de cobiça que perpetua o poder indefinidamente e não permite ao cidadão a liberdade de aceder aos lugares de gestão politica a que efectivamente teria o direito de concorrer, livremente e fora de geringonças.
De deputados amordaçados, a governos , municípios e órgãos estatais, tudo está controlado pela peste de mafias partidárias , trancadas as portas que dão acesso a esse mundo ao cidadão comum, aquele que não concorre sórdida e subserviente pela porta da seita do cartão. Uma democracia coxa e mutilada.
Dizia Winston Churchill que o sistema democrático era mau mas o melhor de todos, mas o nosso, apesar de mau, não será com certeza o melhor de todos, estará longe , pois a uma ditadura salazarenta sucedeu em poucos anos uma ditadura de partidos que despicam entre si , sem civismo e transparência , as cadeiras do poder. O cidadão, cuja única acção no processo de eleição se resume a votar num partido que já escolheu as pessoas, pessoas que não conhece e nunca viu, é o braço dum robot que , manipulado por anti-democratas contumazes, apenas vai confirmar o que está de antemão decidido pelo supra-sumo dum chefe. Isto, que se iniciou em relação a deputados, desce hoje ao poder local, freguesias e municípios. Nos grandes sítios, são desconhecidos, nos pequenos são promotores do processo, meia dúzia de ocupantes estratificados em listas, rotinados na manipulação dos correligionários, apoiantes, interessados e alguns patetas ocasionais que aproveitam o ensejo do lusitano ego para semear traficâncias. Coisas que não sendo crime são factores negativos no imbróglio de favores e contra favores da nossa duvidosa Demo Kracia.
Do grego, Demos (povo) e Kracia (poder, governo) , o presidente americano Abrãao Lincoln simplificou a questão para “governo do povo, pelo povo e para o povo”, o que hoje nos faz rir , e se bem que os próprios helenos livres se resumissem ao cidadão da polis ou cidade estado , o filosofo Sócrates, um defensor incansável das ideias democratas, foi por ela própria condenado á morte e executado. Era um democrata original e honesto.
Mas retomando o fio á meada inicial , o Luso, apesar de não ter ninguém no executivo municipal , vergonhosamente em quatro eleitos três são da mesma freguesia , um até do partido inimigo, o que diz bem dos arranjismos político-partidários e processos democratizantes dos nossos representantes locais ou das jogadas escuras que se fazem na sede do município , o Luso , dizia, teve ganas de voltar à última Assembleia Municipal dar a sua opinião sobre o estado da ‘nação’ para ouvir em voz velada respostas esfarrapadas livrando água do capote. No caso do Bussaco, ouviu-se que o assunto não é com ela, Câmara, porque afinal não é ela que paga cinco mil euros mensais devidos ao gestor da fundação, nem terá sido a Câmara a convida-lo por escolha arbitrária e pessoal. Pergunto-me se fui eu e nós munícipes que decidimos contratar os funcionários, juntamente com a quantidade de assessores arregimentados sem concursos e pagos com o erário público. Aos do Bussaco pagamos desde que a autarquia entendeu subsidiar o Estado propondo-se substitui-lo nos custos da Mata Nacional , com publicação em Diário da República , retirando as verbas do bolo do munícipe. Para alguém que não é deste município, como outros. Teremos sido nós, que não tivemos palavra?
Na cegueira da cidade, a ambição, o desprezo ,o compadrio a cobiça e a vaidade deram lugar á irresponsabilidade das politicas erradas que perseguem e cujo resultado se vê na destruição e ruina dum património florestal valioso e na inércia e falência dum património económico social único no território., as termas, fontes e recurso de parte significativa da nossa população, que deixaram de o ser. Com o aval e silêncio dum poder municipal que ainda não percebeu o território e como tal o tem administrado através duma gestão anacrónica e sem estratégias. Colocaram nas estradas municipais as estruturas da fuga da riqueza até aos confins da cidade polaca de Cracóvia sem acordos compensatórios e a fase terminal do complexo termal passa ao lado da comodidade duns eleitos apostados em fazer festas e festarolas enquanto o território dorme abandonado ao improviso da mesquinhez de interesses.
Quanto á Mata Nacional, se não tivessem subtraído ao Ministério da Agricultura a sua gestão, estaria inequivocamente recuperada e a caminho da sua definitiva requalificação após o temporal que a destruir há cinco anos. Sempre assim aconteceu e já foram muitos os vendavais , mas foi preciso a autarquia meter-se no que lhe não pertence, quer em propriedade ,quer em meios ,quer em sentido critico , para a ruina do presente acontecer.
Razão e conhecimento tem o munícipe que esteve na Assembleia, mas o que lhe fazem os eleitos é passar uma cruz por cima como inimigo público e figadal! Não é cruz de sambenito no entanto é uma cruz com as mesmas intenções , só os tempos mudaram.
São estas politicas erradas e anacrónicas num município cada vez mais mesquinho e paroquial que o fazem adormecer numa paz podre , mantida pelos jogos de influências e pela rotina de gente que está á tempo de mais numa zona de conforto a esgravatar em milho hibrido sem resultados á vista.
Luso, Março, 2018
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