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______BUÇACO______

TEXTOS ,SUBSÍDIOS, APOIO

______BUÇACO______

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20
Mar15

CAPELAS EM RISCO


Peter

ff.jpg

N a imprensa de hoje, nomeadamente no "calino" vem

uma noticia veiculada pela Universidade de Aveiro

referindo o estado degradante em que se encontram

as capelas da VIa Sacra da Mata Nacional do Buçaco.

Grande novidade ! De facto não se tem dito outra coisa

na simplicidade deste blog e em alguma imprensa local

sobre o estado de ruina em que se encontra todo o

património classificado da Mata desde que  a fundação,

através da Câmara e dos mecenas (???), tomaram conta

do espaço, cedido pela irresponsabilidade socrática.

A notícia confirma  tardiamente o que o dia a dia vem

mostrando e a situação de ruina daquele espaço nacional

gerido municipalmente, mostra á evidência.

Continua a ser nossa convicção que a Mata Nacional

vai continuar a caminhar para a ruina enquanto não

for retirada da mão do amadorismo politico a favor da

retoma da sua propriedade e gestão pelo Estado que 

é , por enquanto , seu legitimo dono e responsavel.

Além de dono, só o Estado tem obrigação ,capacidade

e orçamento para requalificar a Mata com coerência,

credibilidade e responsabilização.

Esta tese universitária vem pois confirmar a correção

e ajuste do combate que aqui se tem feito á 

degradação em curso, nada afinal, que não esteja á 

vista desarmada de quem quiser ser consciente, 

honesto e responsavel.

"calino=D.Coimbra, que se tem empenhado

com boas intenções na divulgação)

 

07
Mar15

AQUI COMEÇA A VIA


Peter

capela.jpg

Aqui começa começa a Via Sacra do Buçaco na   sua

primeira parte que engloba os chamados Passos da Prisão

e como se vê o estado de degradação é grande.

Não beneficia da desculpa do mau tempo  mas  do mau

tempo dos humanos, da incúria e da irresponsabilidade

que nos é caracteristica.

capela5.jpg

Esta capela e a anterior  constituem os dois primeiros

passos do Horto e da Prisão e situam-se nas trazeiras

do Chalet de Stª Teres acima da nova "ponte da árvore

tombada"do vale dos Abetos.

O  Buçaco precisa  duma intervenção rápida e eficaz ,

e não são cinquenta mil contos inscritos no orçamento

do municipio da Mealhada que vão alterar seja o que for. 

039.JPG

 Outro aspecto da ruina do património , tanto o vegetal

como o construído . Uma Mata Nacional não se pode

abandonar desta maneira á gestão tipo colectividades

de recreio sem  meios e sem dinheiro para recuperar

os bens. Já lã vão três anos sobre a tempestade e pouco

se  vê duma reabilitação capaz, bem pelo contrário

a Mata Nacional  não está melhor!

Pode-se-lhe chamar o posssível, mas  muito longe

do suficiente e necessário perante o enorme  silêncio

dos responsaveis.

02
Mar15

O PORTÃO DOS PASSARINHOS


Peter

passarinhosporta.jpg

Q uando se fala às gerações actuais do Buçaco , poucas hão-de ser as pessoas que não associem o nome a recordações agradáveis dum passeio, ao frondoso arvoredo, á frescura das sombras,  ao  palácio  encantado onde figuram numa fotografia num momento de felicidade, ao panorama usufruído da Cruz Alta  , à vista que ao olhar surpreende a Estrela ou uma praia atlântica. É uma voz que nos surpreende e afaga, qualquer coisa de nós próprios, como se o Buçaco, no mistério da sua história secular, fizesse parte e pertencesse a cada um de nós portugueses.

Este sentimento ou emoção alarga-se aos naturais numa dimensão mais intima e a actos próprios que vão ao pormenor de nomes, histórias e segredos, à familiaridade das fontes, das ermidas, das veredas, às portas, aos muros, às árvores, às pessoas. Aqui, o misticismo é mais agudo, mais profundo, mais vivido e mais sentido como sendo igualmente nosso, mas de coração e alma. Está neste caso o Portão dos Passarinhos, de que falei no post anterior e ao qual volto com essa devoção de arauto da saudade.

passarinhos5.jpg

Quem não recorda o primeiro passeio ao Vale dos Fetos, às Portas de Coimbra ou um jogo de futebol na primeira casa do guarda? A descoberta da Fonte Fria, das Capelas, uma merenda farta no dia da Ascensão os tiros do 27 de Setembro, a mesa posta no Carregal , na Cascata, em Santa Teresa entre família e amigos? Porque este é verdadeiramente o Buçaco da nossa interioridade, o Buçaco que temos dentro de nós, o Buçaco que nos pertence, que nos fala e nos retêm como se fosse pai, como se fosse mãe. Um Buçaco telúrico, um chão que nos ultrapassa a visita e nos encharca na humidade do sangue que nos corre nas veias, que nos inala o cheiro, o gosto e o sabor como pertença. E é certo que nada disto nos pertence individualmente mas somos nós sua pertença, presos que estamos ás recordações primárias que a alma nos gravou dentro, uma reciprocidade de nascença marcada a ferro e fogo.

Quem não entrou uma vez o Portão dos Passarinhos na cumplicidade dum embrionário amor? Uma mão dada na primeira tentativa, um arrepio no beijo roubado a medo, a sorte dum abraço apetecido, prenúncios dum supor casamenteiro? Isto fala de nós, é nosso, é um cunho do sítio e da natureza um sentimento atávico da hereditariedade.

passarinhos7.jpg

Este é o moderno Portão dos Passarinhos para quem sobe do Luso, não a única entrada mas sem dúvida a mais ornamentada e nobre, com uma ligação profunda à porta de que se falou anteriormente, a Porta do Serpa. Porta do Serpa que se confundiu durante algum tempo com Porta do Luso, uma simbiose entre um nome de baptismo e um nome popular. A Porta, com ambos os nomes, dava acesso à Cerca antes da anexação dos quinze hectares do Conde da Graciosa ao perímetro do Convento. Antes, quase um pequeno postigo chamado Porta do Luso, depois ambos os nomes, depois do postigo de Machado ser substituído pelo portão Perseverança. A Porta, que é a mesma, foi transferida do local da ex-porta do Luso ou do Serpa para a nova entrada pela Graciosa. Desapareceu o Serpa, chamou-se-lhe Porta do Luso como era, mas o povo, chamou-lhe dos Passarinhos com referência aos quatro passarinhos fundidos em ferro que adornam o embrenhado ferroso. Os passarinhos não voaram, estão lá, conservando o romantismo duma época passada mas não esquecida na memória dos homens.

Não sei como se conservam perante o total abandono a que votaram a obra de arte, e pergunto-me mesmo por quanto tempo se conservarão. É um crime perpetrado contra nós todos, contra a nossa cultura, contra a nossa memória, contra a nossa riqueza, contra o património construído em permanente destruição. Degradante! Portão e muro, uma ruína em marcha.

Ninguém, dos que são bem pagos para governar este país, tem vergonha dos seus actos e omissões?  Aqui ficam imagens , de testemunho!

 

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