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______BUÇACO______

TEXTOS ,SUBSÍDIOS, APOIO

______BUÇACO______

TEXTOS ,SUBSÍDIOS, APOIO

08
Dez12

PORTARIA


Peter

   

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                     

A velha Portaria da Mata, hoje em dia Portas de Coimbra,

começou a ser construída em 1830 pela comunidade

carmelita e era então principal acesso ao eremitério.

Ali residia em permanência o egresso porteiro encarregado 

de receber quem chegava, um lugar de relações públicas

destinado a proporcionar o primeiro contacto com os eventuais visitantes.

Era a chamada porta de fora, considerando a outra porta de entrada já no

sítio do Convento como uma porta de dentro.

Para os eremitas regrantes, tinha lógica esta distinção.

Daquele ponto, donde se continua a desfrutar de uma soberba paisagem

sobre a Bairrada, a Gândara, e o mar Atlântico, se alcançava a cidade de

Coimbra por um caminho que logo de inicio era íngreme para quem subia

e que ao contrário, descendo a serra pelo lugar que é hoje

Stª Cristina,se dirigia por Botão e Brasfemes para a cidade

do Mondego.Rio que nos confins da serra lhe faz limite, separando-a,

na célebre Livraria do Mondego, dos últimos contrafortes da Lousã.

Conserva o nome original da cidade que lhe foi berço, mãe e amparo

no estabelecimento do mosteiro.Em 1831 pelos monges e em 1866

pelo poder civil foi objecto de necessárias reparações.

Depois da extinção da Ordem em 1834 foi a pouco e pouco perdendo

a importância como porta principal de entrada na floresta e resta

hoje como miradouro privilegiado, uma varanda aberta um pouco 

abaixo da Cruz Alta, sobre o horizonte em redor.

 

                                                                                                                                                                                                                                        

A construção, como toda a obra carmelita é pobre e de traço simples,

decorada com as armas dos monges em pacientes embrechados de

quartzo e de basalto, dando á humildade da arquitectura ,uma beleza singela

e de natural pureza.Trata-se duma construção recortada no muro da Cerca

onde se inserem duas portas de passagem em arco separadas por um corpo

central que contem transcritas a picão, em duas lápides de pedra, duas bulas 

pontifícias.A primeira, do lado esquerdo e do ano de 1822, lembra na palavra

de Gregório XV a pena de excomunhão que pende sobre as mulheres

(bendita emancipação)que entrem nos ermitérios carmelitas, a segunda,

á direita é expressamente dirigida ao Convento do Bussaco pela mão não

menos pesada do papa UrbanoVIII que em 1643 estende a mesma pena a

quem,de forma abusiva, cortar árvores ou fizer danos na mata.

Mal comparado,bem se pode dizer que não é do presente o castigo dos

poderes sobre o cidadão, só que então,  um imposto que nos dilacerava

a alma chamado excomunhão , uma pena do foro espiritual de peso

variável, conforme a crença do virtual pagante, hoje um imposto que

nos arrasa a vida caindo sobre o corpo com a insolvência do país mas

o mesmo abuso de quem comanda as redeas.

Sobre o comprimento da estrutura que suporta estes elementos corre uma

cimalha de pedra donde se elevam três frontões em semicírculo rematados

por cruzes e separados por quatro colunas de cantaria. Na parte inferior um

comprido banco de pedra serve o descanso de quem espera.

As duas portas em arco encontram-se hoje dotadas de portões de madeira,

mas a da esquerda,considerado o terreiro de fora, era uma porta tapada

a parede de alvenaria, sobre qual parede se abria outra pequena porta em

arco que dava acesso a visitantes. Por ali se entrava, segundo os relatos

existentes, para um pequeno recinto que servia de sala de espera a quem

aguardava autorização. Desta pequena sala se abria então para o lado

de dentro uma outra porta sobre a qual acima de dois ossos postos em cruz

se podia ler a seguinte quadra

.Ó tu mortal, que me vês,

Reflete bem comoestou;

Eu já fui o que tu és,

E tu serás o que eu sou. 

A esta simples quadra que se destinava a alertar os “incautos” para a

difícil e temerosa tarefa que os aguardava dentro ou fora, juntam alguns

autores,entre eles Forjaz de Sampaio em Memórias do Bussaco,

um outro textode maior arroubo  e força que vou deixar aqui

transcrito da obra referenciada:



                                                                                    

Em solitária morada,

Onde a humana voz não soa,

Onde o terreno povoa

Matta de escura ramada,

Feia caveira mirrada

O acaso encontrar me fez;

Cresce o susto, a timidez

Quando ella me diz e grita

-Um pouco pára e medita

Ó tu mortal, que me vês!

 

 

“Imóvel então ficando,

Sem querer lhe obedeci;

E com violência senti

O coração palpitando;

De todo os olhos fechando

Frio suor me banhou,

Ella de novo clamou

-Não feches teus olhos, não;

Presta-me mais atenção

Reflete bem como estou.

 

“com secco tronco me abraço,

Mal podendo respirar

Porque sentia apertar

Da garganta o curto espaço.

Não sei que estranho embaraço

Immoveis torna meus pés,

Falla-me terceira vez,

Ó desengano fatal!

-Eu também fui racional;

Eu já fui o que tu és.

 

“Eu vendo já de tão perto

Ali o retrato meu,

Os olhos levanto ao céo

Bem dizendo este deserto,

Diz-me então:-D’este decreto

O Deus que tudo creou,

Nenhum mortal isemptou,

Nem condição, nem idade;

Ou mais cedo ou mais tarde

Tu será o que eu sou.

 

01
Dez12

FUNDAÇÃO POLITICA BUÇAQUINA


Peter

 

 

         COMO FUNCIONAM FUNDAÇÕES

        ACTA Nº 65 DA CÂMARA DA MEALHADA


   TRATA DA RECONDUÇÃO DO ENGENHEIRO CIVIL E O

COMENTÁRIO DUM EDIL DA FREGUESIA SOBRE O

ASSUNTO.

   DOIS MESES DEPOIS A FUNDAÇÃO FOI AVALIADA COM

A MEDIOCRE NOTA DE 44 POR CENTO.

  QUE RAZÕES MOTIVAM A DISPARIDADE DAS AVALIAÇÕES

MAIS O PRÉMIO DA PRÉ RECONDUÇÃO PRESIDENCIAL?

Merece ser lido o comentário dum edil lusense sobre

um Buçaco que pessoalmente desconheço , não sei porque

olhos  o retrata ,mas tiro o boné á eloquência da prosa!

 

( extrato da acta nº 65 da Câmara da Mealhada

  de 19 de Julho de 2012, 2o2 anos após a Batalha do

Bussaco)

 

 

 1. APROVAÇÃO DA ACTA DA REUNIÃO ANTERIOR: -----------

A Câmara Municipal deliberou, por unanimidade, aprovar a acta da

reunião anterior (Acta n.º 64), após se ter procedido à sua leitura.

-----

2. PROPOSTA N.º 13/2012 –RECONDUÇÃO DO PRESIDENTE DO

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA FUNDAÇÃO MATA DO BUSSACO. 

 

   Foi apresentada a Proposta n.º 13/2012, datada de 6 de Julho e

subscrita pelo Sr Presidente da Câmara, com o seguinte teor: 

 “Tendo decorrido o prazo de três anos de duração do mandato

dos membros do Conselho de Administração da Fundação da

Mata do Buçaco, previsto no n.º 2 do art.º 9.º do Decreto-Lei

n.º 120/2009, de  19 de Maio, propõe-se a recondução no cargo de

presidente do Sr. Eng.º António Jorge Fernandes Franco, por igual

período de três anos, nos termos do n.º 1 do art.º 9.º do já

citado Decreto-Lei.” --------------------------------------

A Câmara Municipal deliberou, por maioria, com os votos a

favor do Sr Presidente da Câmara, da Sra Vice-Presidente,

da Sra Vereadora Arminda Martins e dos Srs Vereadores,

Calhoa Morais e Júlio Penetra,aprovar a proposta apresentada e,

consequentemente, nos termos previstos na mesma,

a recondução do Senhor Eng.º António Jorge Fernandes Franco,

no cargo de presidente do Conselho de Administração da

Fundação da Mata do Buçaco, pelo período de três anos

(término em Maio de 2015).

O Sr Vereador António Miguel Ferreira e a Sra Vereadora

Leonor Lopes abstiveram-se, tendo referido que não o faziam

porque tivessem alguma coisa contra a “pessoa” em si, por

quem disserem ter toda a estima e consideração, mas porque

nunca foram chamados a intervir na definição do perfil da pessoa

escolhida para as funções em causa. O Sr Presidente disse que o

Eng António Franco tem dado bem “conta do recado”, e

que tem sido muito relevante a sua actuação como

Presidente da Fundação.

 O Senhor Vereador Júlio Penetra leu a intervenção que a seguir se

transcreve: 

“Nesta oportunidade queria aproveitar para associar estes três anos

decorridos de exercício da função de Presidente da F.M.B. pelo Sr.

Engº António Franco,ao sucesso relativo da própria atividade da

Fundação nos seus objetivos de recuperação e promoção da Mata

do Buçaco. 

Três anos é um tempo relativamente curto para restaurar fisicamente

o Buçaco e retirar do abandono a que esteve sujeito durante décadas

de negligência, indiferença e muitas agressões, o seu diverso e valioso

património e devolver-lhe o equilíbrio e saúde ambiental,

tão ameaçados e debilitados. 

Indiscutivelmente que a entrada em funcionamento deste novo

modelo de gestão de proximidade, trouxe uma nova esperança ao

Buçaco e o EngºFranco, tem uma grande responsabilidade na revolução

que ali se está a operar.Um trabalho começado do zero mais zero que

se possa imaginar, emtermos de uma total ausência de meios técnicos

e financeiros, de recursoshumanos e das condições mais elementares

de instalação para se iniciar uma tarefa tão ciclópica como complexa,

com inúmeras frentes de intervençãosimultânea, qual delas mais

prioritária e urgente do que as outras, e que deu já passos enormes,

visíveis e seguros. Sobretudo, com  o grande mérito de ter

sabido atrair sobre o Buçaco a atenção de muitos setores da sociedade

portuguesa, de empresários a investigadores e universidades nacionais

estrangeiros, mas sobretudo de amigos, de muitos amigos que o

visitam cada vez mais, que se organizam de forma voluntária e

apaixonada para participar da sua recuperação. O que se está a

(re) construir no Buçaco é porventura o mais valioso empreendimento

e também o maior desafio em que estaCâmara Municipal, em qualquer

altura se envolveu e comprometeu, e por isso  não é demais destacar

essa oportuna e corajosa decisão de assumir responsabilidades na

gestão da Mata do Buçaco. A minha posição face à

proposta de recondução do Sr. Eng.º António Jorge Franco, em

representação da Câmara na Administração da F.M.B. é de aprovação e,

ao mesmo tempo, um voto de confiança no modelo de gestão ali

assumido, do qual esperamos os melhores resultados para a Mata

do Buçaco”.  a)

A Sra Vice-Presidente tomou a palavra para referir ser óbvia a

recondução pela acção desenvolvida e por tudo o que o Bussaco

representa a nível local, regional e nacional. 

O Senhor Vereador Calhoa Morais interveio a propósito do mesmo assunto,

tendo referido que o Eng.º António Jorge e a sua equipa, com o trabalho que

realizaram, tiveram o dom e o condão de colocar o Bussaco no mapa.

Acrescentou que o trabalho desenvolvido deu muita visibilidade ao Concelho

e chamou a atenção para a riqueza da Mata. Terminou a sua intervenção

dizendo que por tudo o que referiu concordava com a recondução do Eng.º

António Jorge no cargo.

Etc,etc,etc,etc,etc,etc...

 

a)Meu caro amigo,  se tivesse utilizado esta  prosaica e eloquência

retórica na defesa das termas  quando teve consciência dos enganos

em que participou,não seria mais sensato e benéfico para a sua e

minha terra natal?

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