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______BUÇACO______

TEXTOS ,SUBSÍDIOS, APOIO

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19
Fev09

FUNDAÇÃO LUSO


Peter

 

 

FUNDAÇÃO LUSO

                    NOVA  PROMESSA

 

 Se existem equipamentos comuns neste município onde se alia a qualidade da estrutura á qualidade ambiental, o simpático café do lago do Luso, com desenho do arquitecto Luís Neto é, em minha opinião, o primeiro de todos. Nem vale a pena adjectivar com mais adornos a minha afirmação pois a constatação do que digo é simples, está ao alcance de qualquer um fazê-lo.

 Por mim, adoro usufruir do conforto do seu sossego, do contexto paradisíaco onde se insere e porque não dizê-lo, até da qualidade do café.

 No verão, apoio importante á pequena piscina municipal, no inverno, sobretudo em dias de sol, um sítio soberbo para se gozar um momento de prazer, de tranquilidade, de libertação, um sedativo eficaz para o retorno do equilíbrio emocional que a sociedade actual alimenta com ídolos e deuses de pés de barro, o poder, o ‘tacho’, o dinheiro, agora e lamentavelmente para muitas vítimas, o pão nosso de cada dia, o emprego.

 É aqui neste pequeno lugar, um absoluto refúgio adjacente e simultaneamente inserido na floresta do Buçaco que acabo de ler a notícia da criação da Fundação Luso, com a qual o criador pretende, diz a notícia, dinamizar o Luso e redondezas na procura dum centro de excelência.

 Confesso que nunca gostei desta palavra excelência ou da mesma excelência aplicada ao homem, quando, ao fim e ao cabo, os mesmos excelentes não deixam de ter em comum com os chimpanzés mais de noventa e oito por cento dos seus genes, mas, para além disso, para mim a palavra é um sinónimo de superioridade, arrogância, novo riquismo, irracionalidade e egoísmo e é utilizada pelas pessoas de sucesso ou seja políticos, gestores, administradores financeiros, todos pagos a preço de ouro e que, mercê da especulação, corrupção, roubo até em muitos casos, levaram o mundo á falência onde está atolado. È fruto desta excelência ultra liberal de economistas e financeiros oriundos da escola de Chicago que agora, debalde, se procura controlar.

  Também o Luso e as suas águas têm sido objecto de sucessivas vendas e de obtenção de mais valias, alavancagens (?), de modo que nunca poderemos saber as verdadeiras intenções desta Fundação Luso antes que se veja concretamente a sua actuação no terreno. Não se pretende dizer com isto que seja um veiculo apenas de recolha de benefícios fiscais, já que, sendo honestamente contextualizada e seriamente conduzida poderá eventualmente ser benéfica e positiva, mas não se pode deixar de sublinhar que as garantias face ao comportamento anterior da concessionária, são curtas. É que a sua actuação nos últimos anos no que diz respeito ao Luso e ás Termas tem sido má demais para que a freguesia ou o concelho estejam satisfeitos.

Basta relembrar alguns actos que colocaram as Termas no estado comatoso em que está:

a canalização da água que a leva por quatro quilómetros do Luso á Vacariça até ser  engarrafada para venda ; o esvaziamento da vertente das termas que passou em pouco tempo dos três mil aquistas para os mil da época passada; o desemprego dos naturais substituídos por ucranianos precários; o términus prático da animação termal; a venda do grande hotel e dos anexos onde , prometiam, nasceria o SPA ; a saída da sede da empresa dos antigos escritórios e a sua transferência para Lisboa; as promessas incumpridas donde ressalta o projecto Luso 2007, uma obra descaradamente prometida a toda a edilidade do anterior mandato e não cumprida; o adiar permanente da recuperação das termas, com promessas constantes de clínicas, fisioterapia, novos tratamentos, com um investimento de 600 mil contos, que, evidentemente, estão muitíssimo longe dos valores necessários para fazer seja o que for e colocar o Luso outra vez no mapa.

 Quem conheceu e viveu as Termas do Luso, e há ainda muita gente neste país que o recorda com saudade, encontra-as hoje irreconhecíveis, transformadas num tosco arremedo daquilo que foram.

 A Fundação corre pois, por falta de garantias e credibilidade, o risco de ser apenas aparência, mais uma promessa entre tantas, mas se o não for, óptimo, ainda que não seja por esta via que se resolve o problema do Luso, porque as Termas, essenciais para a vila e município precisam de ser renovadas, actualizadas, modernizadas, precisam do spa, de novos tratamentos, de mais pessoal, de abertura permanente. Oxalá a Fundação não seja mais um engodo para a não execução do essencial!

 A Fundação do senhor Ponte e dos seus patrões estrangeiros tem pois que mostrar aquilo que vale e o senhor Ponte deixar duma vez por todas de enganar o Luso, o município e a si próprio. E o Estado. Só depois, como S. Tomé, alguém acreditará nas promessas.

 Entretanto, como estão as coisas, só podemos afiançar que as Termas possuem na concessionária e na colaboracionista Câmara actual, os seus melhores coveiros e no Estado, o leviano dono da concessão, a omissão consciente ou não, do incumprimento das clausulas do contrato.

Penso que se vivêssemos num verdadeiro estado de direito, a concessionária já tinha sido mandada com Deus. Das Termas e das nascentes que lhe estão associadas! Aqui, neste alfobre de almirantes, generais, mordomias, compadres e amigos, porém, nada acontece.

  Fico-me por aqui, com a garantia absoluta de que se vierem beber o café á esplanada do lago, donde me saiu esta verve, não se arrependerão!

  Aqui, o prometido é devido e como centenários profissionais de Termas, sabe-se dar e receber. Como para tudo na vida este é um compromisso sábio que as excelências, pese embora o chimpanzé deviam cumprir. É que nos quase dois por cento que nos diferenciam, sem dúvida que a maior de todas é a fala, e dentro da fala, a maior de todas é a palavra.    FS           Luso, 18/Fevereiro/2009                                                                                 

 

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