CRUZ ALTA
Peter
Cruz Alta do Buçaco.
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Peter
Cruz Alta do Buçaco.
Peter
Subi lento á cruz alta por promessa
que não foi feita a qualquer divindade
rasgando a floresta pouco espessa
subi subi por ordem da vontade
cansado sim mas certo da viagem
alguns degraus acima o pedestal
despeja-nos aos pés essa paisagem
que abarca quase meio Portugal
do Caramulo á Estrela ou a Lousã
de S.Jacinto á praia da Vieira
de S.João do Monte até Ançã
de S.Romão ao Círculo à Figueira
o sol aberto á vinda da manhã
ou no ocaso o mar como fronteira.
Peter
O estado e o seu governo, abandonaram a Mata nacional
O deputado do PS António Cardoso preocupado
com a recuperação da Mata Nacional do Buçaco
solicitou ao secretário de Estado da Cultura apoio
e a sua intervenção junto do Governo para a
promoção da Mata a património da Unesco.
Tarde, mas reconhecendo o estado daquele espaço,
o deputado por Aveiro foi ainda porta voz da ffundação
e do Municipio no que respeita a aprovação de
verbas para o efeito.
Como tenho vindo a defender, o Estado demitiu-se
do património nacional que é o Buçaco com a
sua entrega ao municipio da Mealhada que não tem
capacidade financeira, nem critica, nem técnica
para executar a tarefa. Mais uma vez acentuo que
a mata é Nacional e é ao Estado que compete
zelar pelo que lhe pertence.
Entretanto a politiquice paroquial vai alimentando ,
este estado degradantedum Estado que não cumpre
os seus deveres,preferindo que se destruam os valores
comuns da Pátria portuguesa.
Peter
Para finalizar a série de poesias respeitantes aos
jogos florais da Emissora Nacional de 1949,realizados
no Buçaco, aqui fica um poema cujo tema era
alusivo ao próprio local onde foram realizados .
Este trabalho recebeu o segundoprémio do concurso.
ALEGORIA DA FLORESTA SAGRADA
Eis-vos ainda,ó águas da corrente
Que banhava as raízes de Evilath...
Como se a Fonte viesse, eternamente
Do Fison,à planície de Evilath.
São ainda estes cedros os primeiros
Que deram sombra aos olhos da Mãe Eva...
E são ainda os troncos verdadeiros
Das primitivas árvores da treva.
Terra virgem de lágrimas doridas
Que os ohlos inocentes não choraram...
Ò folhas da floresta sacudidas
Pelo vento das ondas que pararam!
Ó àrvores da noite que morreu
Na distância do mar que o luar banha,
Dizei-me,em qual de vós deixou Orfeu
A lira de oiro, aos ventos da montanha?
Da Serra, aos longos vagos da planície,
A música de Orfeu é onda e cor...
E lá onde a distância for maior,
Mais longe abrange a sombra de Euridice.
Já no silêncio acorda a voz de Pan
O seu grito satânico de origem.
E da Cruz Alta aos raios da manhã
doiram toda a floresta de luz virem.
Portas do Céu,Portas do Sol, abri-vos!
Soltai Ninfas, Centauros e Naíades,
E deixai-nos cantar novas saudades
E o puro amor dos mortos e dos vivos.
Venham também, entre clarins e guerra,
Lusitanos espectros, e galopes
De cavalos galgando o Céu e a Serra.
Montados por fantasmas de Ciclopes.
Cale-se ao longe a velha voz do oceano!
Erga-se, à luz , o sangue das batalhas,
Que vai passar o peito lusitano,
Constelado de sóis e de medalhas!
E tu,montanha;e vós, deuses pagãos
Da Floresta Sagrada; e vós,ó naves
De penumbra,onde acordam cantos de aves,
Ajoelhai o silêncio!...erguei as mãos!!!!
(Duna de Castro)
Peter
Ainda nos Jogos Florais da Emissora Nacional em 1949
realizados no Buçaco, os prémioa atribuidos na secção
de quadras populares, foram os seguintes:
Primeiro prémio:
Não há nenhuma verdade
(Vá lá saber-se porquê)
Que chegue a valer metade
Da mentira em que se crê
(Ceguinha e Amor)
Segundo prémio:
Às vezes é tão lembrado
Um mal que nos faz viver,
Que a gente,olhando o passado,
Tem saudades de sofrer.
(Flor Silvestre)
Terceiro prémio :
Se tu não és ciumenta,
Não sei porque te amofinas
Se as meninas dos meus olhos
Fitam as outras meninas.
(Emeele)
Quarto prémio:
De tudo o que a vida ensina,
O que mais custa a aprender
É esta coisa tão simples
Que se chama-envelhecer!
(Simplório)
Peter
No seguimento do post anterior ,Jogos Florais da
Emissora Nacional, realizados em Setembro de 1942,
a poesia vencedora na categoria de Sonetos foi a que
se segue:
T R A N S F I G U R A Ç Ã O
A lua treme na lagoa baça
Como gota transcúcida de mel...
Um enxame de estrelas esvoaça
Nas àguas que um desejo vago impele.
Acorrem garças...peixes...em tropel,
Um choupo velho inclina a fronte lassa
E pasma do que julga um grande anel...
E a lua fulge e treme,inerme e passa.
A noite despe clâmide das sombras
E pisa lírios brancos nas alfombras
Que parecem gemer brancos queixumes.
Arde em ânsias de amor a selva estranha,
E convertem-se os cedros da montanha
Num frémito de seivas e perfumes.
(AD ASTRA) Pseudónimo
Peter
Do autor acaba de sair em Dezembro um
segundo livro de poemas intitulado
SONETOS DO BUçACO
uma colectanea de 120 sonetos classicos
sobre o tema Buçaco.
Trata-se duma pequena ediçao a venda
na Papelaria S Joao no Luso ou na Livraria
Portugal, em Lisboa , ou ainda da edidora
Ecopy, Paranhos,Porto.
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