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______BUÇACO______

TEXTOS ,SUBSÍDIOS, APOIO

______BUÇACO______

TEXTOS ,SUBSÍDIOS, APOIO

01
Set22

BORDALO,O SEU A SEU DONO...


Peter

bordalo.jpg

BORDALO, O SEU A SEU DONO...

Em fevereiro de 1887, Rafael Bordalo Pinheiro  faz um contrato com o Governo português relativo á construção dum monumental conjunto de 86 figuras escultóricas destinadas a guarnecer as capelas  da Via Sacra do Buçaco. Era ministro das Obras Publicas Comércio e Industria, Emidio Navarro. Tinham-se reunido no Luso e no Bussaco e dali seguiram para as Caldas da Rainha onde selaram o negócio por um custo total de nove contos de reis.Navarro visitara a fábrica de Faianças das Caldas da Rainha e tinham acordado estabelecer um contrato com o fim de substituir as imagens então existentes, talvez obra dum ex-religioso do convento carmelita ou mesmo de bonecreiros de Aveiro e que agora se encontravam em mau estado, não condizente com o património arbóreo do parque botânico onde estavam inseridas.

Assinado o acordo, Bordalo Pinheiro iniciou os projectos artísticos e com os seus colaboradores deu principio aos trabalhos baseado em estudos sérios e pormenores artísticos de grande qualidade, chegando a fazer 56 figuras dos agrupamentos ensaiados, alguns com a sua assinatura, 

Por razões várias, entre elas a saída do país em missão especial e depois a morte do artista, ao que sucedeu a falência da fábrica de Faianças, em 1908, chegou-se a um ponto em que as esculturas existentes, cujos custos já tinham duplicado para 18 contos de reis, não tiveram continuação nem as figuras já executadas e pagas foram entregues ao Buçaco, permaneceram sim espalhadas por vários locais da olaria.

Entretanto pela fábrica, que seria vendida em hasta publica m 1908, foi solicitado ao Hospital Termal das Caldas da Rainha, um pavilhão do parque D.Carlos I onde pudesse guardar a obra feita, que pertencia ao Estado. Ali ficou o conjunto das figuras até que em 1960 foram levadas para o museu José Malhoa, onde se encontram hoje em exposição.

Obra inacabada mas de grande valor artístico foi paga por um orçamento publico destinado à Via Sacra do Buçaco e não ao Museu das Caldas, o que constituiu um erro além duma apropriação ilegal dum bem que nos parece, pertence ao espólio religioso do Buçaco, facto que entidades responsáveis nunca ponderaram, decidindo em nome próprio a favor de terceiros numa gratuidade revoltante. O próprio museu rececionante se devia e deve sentir incomodado, por expor um bem que não é seu.  Seria importante que a obra inacabada fosse finalmente entregue ao legítimo dono, repondo a justiça e seriedade das entidades envolvidas no seu devido lugar. É que na verdade as figuras pertencem ao Buçaco, assim foram devidamente liquidadas pelo erário publico.

Ficam dois pormenores ilustrativos.

24
Ago18

O BUÇACO NO MUNDO


Peter

DSCN5105.JPG

Porta das lapas, uma entrada maltratada....

Em recente noticia  de jornal oriunda da fundação Buçaco diz 

o presidente daquele orgão de teclas que  está a pôr o Buçaco

no mapa com 280 mil turistas. Faltou dizer se conta os turistas

da  freguesia e as crianças das escolas ou se são os que

comem e dormem no local .

Além disso,  esta nova pretensão de colocar o Buçaco no

mapa tem o seu quê de ridiculo de quem não sabe

onde está ou o que tem a fazer.

Se alguém colocou ou aumentou o peso do Buçaco em todo

mundo foi um senhor chamado José Santos, um profissional

sério e competente , esse sim, colocou um Buçaco ,que já era

 conhecido, nos pincaros desse mundo do turismo através

duma política inteligente e  proficua com a comunicação social

e uma qualidade de serviços de primeira qualidade.

E com um amor que os actuais gestores estão muito longe

de ter  ao património local.

Qualquer comparação com esse Senhor Buçaco é pura

demagogia de quem a faz  , um pretensiosismo exacerbado

que não corresponde  a qualquer realidade. 

O Buçaco está nos roteiros turisticos há muito tempo, não é

preciso ninguém fora do templo vir ensinar os santos que já

cá estiveram, aqueles que realmente o fizeram por amor ao

património e não por amor ao dinheiro.

Afirmações simplesmente ridiculas!!!!!!

 

 

31
Ago17

ERMIDAS AO ABANDONO


Peter

interior buçaco.jpg

Abandonada e  totalmente aberta e ao dispor dos

visitantes, a Ermida do Calvário , na Via Sacra do

Buçaco apresenta-se num estado de degradação

continuada com o património existente á completa

mercêde de quem chega.

Nada resta de imagens ou outros adereços da

ermida que foi consagrada pelo bispo de

Coimbra D.Manuel de Melo em 1694,  3 de Outubro,

com procissão e missa.

Uma vergonha para o Estado Português que entrega

o património a fundações cuja incapacidade está 

a vista de toda a gente mas que ninguém procura

salvaguardar da destruição e da ruína.

Era bom que se entendesse a farsa política que 

está por trás desta delapidação do património

pátrio e se deixasse de brincar com

a herança comum.

 

25
Mar17

RIO DA MULA


Peter

barragem rio mula.jpg

Barragem do Rio da Mula , na Serra de Sintra ,

rega,desportos e fogos , por acaso igual á

Barragem do Vale da Ribeira na  Serra do Buçaco,

freguesia do Luso , para rega, desportos e fogos.

O MESMO.

Os espertos políticos da nossa Câmara, uma

anedota, acharam que não era necessária ,

agora sabe-se porquê, não há fogos, não há regadio

( a obra efectuada no Vale da Vacariça ficou sêca)

e quanto a desportos, diz o presidente,

o Luso-Buçaco deixou de ser destino turistico.

Ele ordenou, está ordenado ! 

Arranjaram a lagoa  da terra onde mora, e chega!!!  

Continuem a elege-los que vão longe!!!!

O Luso-Buçaco e  o concelho.

Estão garantidos!!!!!

 

 

02
Fev17

ALICE


Peter

  ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS

 028.JPG

Caro Presidente, estamos a chegar ao fim de um mandato a zeros. Zero de dívidas, zero de obras, zero de ideias, zero de crescimento. A meu ver, melhor seria dever o que se pode pagar com respeito pelas regras estabelecidas e ter feito alguma coisa. A gestão moderna não se faz sem o recurso ao crédito e a não utilização dessa ferramenta fundamental é mais passível de críticas que de elogios. Teria sido melhor para o território, melhor para o município, melhor para o emprego, melhor para o bem-estar, melhor para as pessoas aproveitar a realidade sem a patetice da dívida! Mas isso não aconteceu, o que de facto aconteceu foi o estagnar do concelho em edis a tempo inteiro, não sabemos quantos assessores e mais uns avençados que a pouca transparência política não deixa perceber. Uma hierarquia tão grande vista pela vez primeira no executivo da Mealhada para fazer zero, é muito mau, e assim se desperdiça o mandato em coisa nenhuma.

Este não é o caminho certo, caro Presidente. Pode ser a via da clientela que a partidarite quer ou a oportuna via que os votos anunciam, mas não é o caminho correcto para num concelho pequeno, carente e acrítico que precisa, ou precisava, dum executivo inteligente e activo e duma estratégia viva e ousada para visionar e empurrar um futuro. Tive a ousadia de pensar isso acreditando que a experiência adquirida lhe tivesse trazido confiança e iniciativa, hoje não ficaria bem comigo próprio nem perante os leitores se não corrigisse nestes maus resultados as previsões iniciais totalmente furadas.

O zero verificado é o fruto maduro duma acomodação politica não prevista nos dados da balança, um erro meu, não via então este concelho na paz podre em que vive quatro anos volvidos. Parado, inerte, incapaz, ancorado em fanfarronices balofas, com uma frota politica á espera do emprego numa terceira ou quarta volta mesmo sem o crédito duma carta de alforria. Digerindo azedas maravilhas de jantares politiqueiros, propagandas gratuitas, festinhas, futebóis e crismas de paróquia e zero de trabalho. Trabalho árduo não houve, medidas inteligentes também não, mal andariam os empresários se estivessem á espera do demagógico acto da política para fazer os negócios da venda do vinho e do leitão, já que a história da água é outra coisa e o pão, viste-o! Mas é tudo uma farsa da política assente na ruina dum passado comum que não diz nada, que não merece respeito nem continuação para ocupantes da conjuntural cadeira do poder.

As velhas estratégias que aguardam há duas décadas execução, um golfe, o nó rodoferroviário, os parques industriais de Barcouço e de Barrô, além desse pomposo Luso 2007, foram substituídos pela compra de lixo imobiliário onde a autarquia se especializa na criação de ratos e, na área de maior potencialidade do concelho, o Turismo, voltamos cem anos atrás com o arremedo de termas que hoje existe, mil e tal quartos a menos e outros disparates em que o município se envolveu na defesa do poder económico do capital que ironicamente nem temos, esquecendo os verdadeiros interesses das populações, dos empresários e investidores, bem como a herança de duas centenas de anos que recebemos de mão beijada. A gestão da última década, caro presidente, foi o desastre que está á vista. Nada acrescentou ao todo municipal, manteve apagado o fogo em todas as freguesias e continuou a tarefa de destruir irresponsavelmente a hotelaria e o turismo que tinham notório peso dentro dos nossos limites e mantinham postos de trabalho na freguesia termal, na qual está hoje claramente evidente o especial zelo político na sua liquidação e a total incapacidade para a defender. O contrário do que fazem todos os municípios por Portugal além! Porquê, pergunta-se? Querem transferir a freguesia  para onde?

Uma catástrofe abalizada por autarcas incapacitados ou intencionais? Os resultados á vista  são absolutamente contrários  aos interesses do território que ocupamos !

Talvez por não ser natural do concelho lhe falte o saber acumulado ao longo dos anos em muitas das pessoas que daqui são, que aqui moram ou daqui se espalharam mundo fora com a universidade da vida no bolso curricular, o trabalho, o saber e a necessidade de sobreviver nos alforges de famílias inteiras. Podíamos fazer um rol de gente daqui e de concelhos vizinhos, mas de nada valeria, nunca os conheceu, não os conhece, não são propriamente a sua história e muito menos a sua alma. Porém sem erros aritméticos eu refiro-lhe de forma concreta que neste município existiram mais de mil e quinhentas camas de hotelaria, freguesia do Luso incluída, e hoje, incluído o seu tempo de autarca no activo, destruíram-se, e não existirão mais que duzentos ou trezentos contando com as camas casuais ou camas de horas. Esta realidade, que naturalmente não lhe pesa, espelha a diferença que existe entre quem viveu a história, participou da história e aprendeu na história e quem pouco sabe sobre o que se passa á sua volta, particularmente nesse mundo relativamente recente e rico, a que damos o nome de turismo.

Nesta matéria, o que a política da Câmara tem andado a fazer são asneiras, tão ocas e tão vazias como os almoços leitoeiros das maravilhas onde pretensiosamente pretende meter o Buçaco como se o Buçaco fosse mais uma maravilha da mesa e dos banquetes. Além de não se comer nem beber, noutros tempos apenas os burros o faziam, o Buçaco é conhecido em todo o mundo há muito tempo e não é a Mealhada das maravilhas que o vai colocar no mapa mas exactamente o contrário caro Presidente. O Buçaco e as Termas sempre deram notoriedade ao município e são ainda hoje a sua potencial riqueza maior e o seu único destino conhecido além desse repasto a que se chama leitão. O meu caro amigo não entendeu ainda estas coisas comezinhas! Se o entendesse não fazia da Mata Nacional a barraca de farturas que anda a fomentar, zelava pela recuperação das termas, da fisioterapia, não gastava o dinheiro dos munícipes naquilo que não lhes pertence. Que o dinheiro não é seu , é de todos nós , deve-o  gastar bem, essa é a sua função, para isso foi eleito, para isso o escolhemos, não para se empinar numa política de saltos altos. Antes de cá chegar, muita gente do concelho fez este património comum que agora o caro presidente ajuda a destruir, ou não o defende, como era sua obrigação enquanto edil.

Depois o Buçaco é um templo, um templo botânico. Num templo há silêncio, adoração, paz e tranquilidade. É para admirar, usufruir, para amar e reflectir, é um lugar sagrado que merece o respeito. Como uma igreja é um local de culto, o Buçaco também o é, de culto e oração e de libertação !  Para arraiais chegou sempre a Ascensão, de resto, dispensa pisoteio, vendilhões de praça pública e promotores de negócios para lhes venderem corpo e alma transformando-o numa feira de vaidades. Deixemos as bacoquices, o empirismo, a senilidade política Se queremos estar dentro da cidade temos de falar e agir com a cidadania da urbe, com a clareza da palavra e da verdade, doutro modo nunca passaremos da aldeia que desejamos.

Depois, não vivemos no país de Alice, ninguém tira coelhos de cartola nem temos poços de petróleo, não somos árabes, sabe perfeitamente que nunca haverá dinheiro suficiente na autarquia para recuperar e manter a Cerca Buçaquina ou fazer a candidatura a património Unesco. Esta será apenas a sua presunção e dum partido que só existe na Mealhada de quatro em quatro anos, quando for necessário meter os votos na urna para escolher um amo já escolhido. Este ano parece que nem é preciso, a ditadura manda! Caminhos duma democracia afunilada nos pântanos deste país de sol! Mesmo assim, hão-de chegar ao Luso, transportar os amigos á sede do concelho frente á boca da urna. Como a política não tem vergonha, esquecem nessa altura que em quatro anos fizeram nas termas uma retrete pública, se entretanto acabarem a obra! Assim não vamos lá,  meu caro presidente!

Luso,Janeiro,2017

 

27
Out16

O BUÇACO


Peter

003.JPG

Por uma acidental notícia de jornal viemos a saber um dia destes que a autarquia Câmara já gastou duzentos mil euros no Buçaco, ultrapassando até ao momento em 150 mil euros os 50 mil orçamentados no início do ano. Este é o fruto do seu envolvimento na gestão da Mata Nacional , um património que não nos pertence enquanto município, mas ao Estado, mas que a cegueira política dos eleitos levou erradamente a assumir e que nos vai custar, a nós munícipes deste território, uma boa fatia do orçamento, sem qualquer resultado a prazo. Porque de facto as contas são boas e simples de fazer e tão elementares que não se encontra uma justificação racional para este erro, a não ser na história do sapateiro que quer ir além da chinela que lhe cabe no pé. Será o caso.

De facto, bem poderia a Câmara encerrar portas por duas dúzias de anos, que os 17 milhões de euros anuais em orçamentos acumulados, não seriam suficientes para recuperar e manter o património em questão, realidade que por si só invalida o leviano envolvimento do erário municipal na solução do problema. Porque se meteu nisto a autarquia? Porque assinou com o governo de Passos esta monstruosidade financeira, substituindo-se ao dono Estado e recusando mesmo todo o seu apoio e participação? Vaidade, presunção, ambição de ultrapassar os poderes que lhes são conferidos, ou um caso de patologia política para o que não existe vacina nem medicação? Não se entende.

Para já, e raciocinando o mais simples possível, os 200 mil euros atribuídos e deitados fora são provenientes do bolo que deve ser gasto no município em favor dos munícipes , mas vão servir para satisfazer as remunerações do gestor e do assessor de imprensa da fundação, este último, soubemos recentemente, foi encaixado no sistema para refrescar com esperança notícias pré fabricadas. Porque outra das realidades evidentes é que, apesar das actividades e da venda de madeiras, as clareiras não o desmentem e não se sabe com que qualidade de controle isto é feito, as receitas são insuficientes para sustentar e recuperar o enorme património existente e que está, como qualquer cidadão pode verificar, em condições precárias. Quem conheceu o templo que era a Mata Nacional alguns anos atrás e verifica a destruição que por lá grassa hoje, pode testemunhar a ruina a que se deixou chegar um bem deste país, um estado de degradação que, francamente, a minha geração nunca presenciou!

É fácil de concluir que dos duzentos mil euros oferecidos obrigatoriamente por nós, munícipes, pouco ou nada restará desta transferência para investir na recuperação do património florestal ou construído, se é que restará alguma coisa mesmo!

Necessitava a Câmara deste concelho arcar não só com a responsabilidade financeira como com a responsabilidade moral da destruição inicial e da destruição continua que se segue, para que os seus eleitos viessem a colher medalhas e galões com a satisfação das suas mais primárias loucuras? A meu ver, claro que não. A pretensão fica-nos cara, quem paga com dinheiro alheio não tem margens.

Na semana passada fui pela segunda vez á serra de Sintra para fazer comparações e a questão é que não há comparação nenhuma. Ali , sem termas ,sem leitão e sem vinho, sem essas tão famosas maravilhas,  o património está reabilitado, classificado, o turismo numa espiral de crescimento em prol da economia local que se vê a olho nú em franco progresso. Ali até se adivinha o caminho, está ensaiada a solução, há profissionalismo e empenho no processo, aqui, bem ao contrário, brinca-se. Brinca-se com o património, com os bens, com o desenvolvimento, com o futuro e sobretudo com as pessoas que aqui vivem.

Ali o património é da UNESCO, uma coisa que eu próprio já reclamava em 2004 para a Mata Nacional do Buçaco, escrevendo-o na imprensa, aqui o anúncio da triunfante entrada do património na lista de espera onde o Buçaco já está desde esse mesmo ano de 2004. Um milagre do conteúdo funcional dum assessor de imprensa que lá tem as suas razões para transformar a reinscrição numa nova inscrição. Presta talvez o serviço que lhe pedem !

O que aconteceu é que desde 2004 a Câmara não se interessou, não pretendeu, não quis iniciar sequer o processo duma candidatura a património da Unesco. Sem ambição, sem  visão e sem estratégias, preferiu a comodidade da cadeira do poder e adormeceu tranquila nas suas redes intimas de telefone e telemóvel. O que podemos esperar hoje, destruído que está aquele património que não sendo concelhio está dentro do município?

Nada, não se pode esperar nada duma rotina partidária que sucessivos anos instalaram no poder e o encheu de vícios, cegou e esvaziou-se de ideias. O poder também se cansa, o poder está cansado. Cansado de mandar em tudo como se tudo fosse seu, incluindo as pessoas e os bens. O poder e o regime dormem o sono dos beatos!

Tão cego e tão convencido que nem sequer repara em coisas pequeninas como por exemplo o facto de eu e os meus vizinhos, talvez meia centena de famílias em quinhentos habitantes comungarem diariamente do tapete de alcatrão da estrada com automóveis, motociclos, camiões para se deslocarem nas ruas das suas casas. Comungamos a velocidade das viaturas com o perigo e a fraqueza das nossas pernas e pés. A monstruosidade dos autocarros ou camiões com as paredes e muros onde aderimos como lapas para não sermos trucidados. Eleitos que têm dinheiro para fazer festas e churrascos e distribuir por futebóis e feirantes enquanto andam em simultâneo a pedir esmolas para os pobres !  Dinheiro para contratar legítimos assessores que cuidam da sua bela imagem e apaparicam as notícias como a continuação do Buçaco na tal lista da Unesco nas esperanças dos subsídios que nos dá a CEE. Como se fossem verdades, fossem coisas consumadas quando não passam de tretas ainda por definir. Foi assim que em três eleições já foram feitos outros tantos hotéis nas mini termas do Luso. Investidores de vésperas de eleições de hotéis que nunca chegamos a ver. Políticos que retiram durante dezenas de anos aos Toscanos deste país o usufruto de terrenos que lhes fazem falta para desenvolver a economia a troco de projectos que nunca põem de pé !  Políticos que dão a uma fundação sem condições nem futuro 200 mil euros anuais e não têm uns trocados para investir nas pequenas coisas dos munícipes.

Não sei se isto se chama traficância da política das ideias ou ideias políticas da traficância. Talvez sejam uma coisa e a outra ao mesmo tempo. Talvez não sejam coisa nenhuma. È o municipio da Mealhada, perante o silêncio ruidoso dos autarcas  eleitos e da oposição que não existe. 

Mas algo vai muito mal no reino da Dinamarca!!!!! Como sugeri um dia, o rei vai nu! 

 

12
Mai16

CERCO DE BADAJOZ


Peter

tasmaniafoto

 O diário de um oficial  inglês  relatando episódios das Invasões

Francesas na Peninsula Ibérica , nomeadamente no Alentejo e

em Badajoz foi encontrado num alfarrabista da Tasmânia, Austrália.

Intitulado "Journal 1811" o manuscrito é um documento inédito e

conta com detalhes e precisão técnica o cerco do exército Anglo-

-Luso a Badajoz, comandado pelo Duque de Wellington em 1811,

nos começos do séc. XlX, no seguimento da  Batalha do Bussaco.

Para Gavin Daly , especialista em Guerra Peninsular na

Universidade da Tasmânia, trata-se de um "Tesouro" e a caligrafia

já foi reconhecida e confirmada como do autor John  Squire , que

veio a falecer vitimado por doença depois do cerco à cidade da

Estremadura espanhola. Está por saber  de concreto como foi

acidentalmente parar ao espólio do alfarrabista australiano o

importante manuscrito.

Fontes: BBC e NET

 

16
Mai15

TJOLOHOLMS SLOTT


Peter

DSC_0352[1]

 Se há alguma razão para inserir esta construcão neste blog 

ela  tem a ver com a época  da sua edificacão  entre os finais do

sec. XIX e os principios do sec.XX , coincidente com a obra

do Palace do Bussaco. NO caso do Palacio da foto, entre os

anos de 1898 e 1904. Situa-se na região de Halland, na Suécia,

a 30 minutos de distância da cidade de Gotenborg.

Foi mandado construir por dois sujeitos ,James Fredrik e

Blanche Dickson e é hoje um cartaz de turismo da região. 

Circundado por uma floresta nativa de grande dimensão, 

o castelo, chamado de Tojolohlms, pode ser visitado todos

os dias mediante o pagamento de seis euros , mas a floresta

bem como os magnificos jardins e parques envolventes  estão

livremente  abertos ao visitante.

Sem duvida outro modo de ver as coisas num país onde a 

primeira prioridade são as pessoas e a manutencão de

todo o conjunto patrimonial  e ambiental  é exemplar.

Aqui fica uma imagem  que me parece eloquente. 

02
Mar15

O PORTÃO DOS PASSARINHOS


Peter

passarinhosporta.jpg

Q uando se fala às gerações actuais do Buçaco , poucas hão-de ser as pessoas que não associem o nome a recordações agradáveis dum passeio, ao frondoso arvoredo, á frescura das sombras,  ao  palácio  encantado onde figuram numa fotografia num momento de felicidade, ao panorama usufruído da Cruz Alta  , à vista que ao olhar surpreende a Estrela ou uma praia atlântica. É uma voz que nos surpreende e afaga, qualquer coisa de nós próprios, como se o Buçaco, no mistério da sua história secular, fizesse parte e pertencesse a cada um de nós portugueses.

Este sentimento ou emoção alarga-se aos naturais numa dimensão mais intima e a actos próprios que vão ao pormenor de nomes, histórias e segredos, à familiaridade das fontes, das ermidas, das veredas, às portas, aos muros, às árvores, às pessoas. Aqui, o misticismo é mais agudo, mais profundo, mais vivido e mais sentido como sendo igualmente nosso, mas de coração e alma. Está neste caso o Portão dos Passarinhos, de que falei no post anterior e ao qual volto com essa devoção de arauto da saudade.

passarinhos5.jpg

Quem não recorda o primeiro passeio ao Vale dos Fetos, às Portas de Coimbra ou um jogo de futebol na primeira casa do guarda? A descoberta da Fonte Fria, das Capelas, uma merenda farta no dia da Ascensão os tiros do 27 de Setembro, a mesa posta no Carregal , na Cascata, em Santa Teresa entre família e amigos? Porque este é verdadeiramente o Buçaco da nossa interioridade, o Buçaco que temos dentro de nós, o Buçaco que nos pertence, que nos fala e nos retêm como se fosse pai, como se fosse mãe. Um Buçaco telúrico, um chão que nos ultrapassa a visita e nos encharca na humidade do sangue que nos corre nas veias, que nos inala o cheiro, o gosto e o sabor como pertença. E é certo que nada disto nos pertence individualmente mas somos nós sua pertença, presos que estamos ás recordações primárias que a alma nos gravou dentro, uma reciprocidade de nascença marcada a ferro e fogo.

Quem não entrou uma vez o Portão dos Passarinhos na cumplicidade dum embrionário amor? Uma mão dada na primeira tentativa, um arrepio no beijo roubado a medo, a sorte dum abraço apetecido, prenúncios dum supor casamenteiro? Isto fala de nós, é nosso, é um cunho do sítio e da natureza um sentimento atávico da hereditariedade.

passarinhos7.jpg

Este é o moderno Portão dos Passarinhos para quem sobe do Luso, não a única entrada mas sem dúvida a mais ornamentada e nobre, com uma ligação profunda à porta de que se falou anteriormente, a Porta do Serpa. Porta do Serpa que se confundiu durante algum tempo com Porta do Luso, uma simbiose entre um nome de baptismo e um nome popular. A Porta, com ambos os nomes, dava acesso à Cerca antes da anexação dos quinze hectares do Conde da Graciosa ao perímetro do Convento. Antes, quase um pequeno postigo chamado Porta do Luso, depois ambos os nomes, depois do postigo de Machado ser substituído pelo portão Perseverança. A Porta, que é a mesma, foi transferida do local da ex-porta do Luso ou do Serpa para a nova entrada pela Graciosa. Desapareceu o Serpa, chamou-se-lhe Porta do Luso como era, mas o povo, chamou-lhe dos Passarinhos com referência aos quatro passarinhos fundidos em ferro que adornam o embrenhado ferroso. Os passarinhos não voaram, estão lá, conservando o romantismo duma época passada mas não esquecida na memória dos homens.

Não sei como se conservam perante o total abandono a que votaram a obra de arte, e pergunto-me mesmo por quanto tempo se conservarão. É um crime perpetrado contra nós todos, contra a nossa cultura, contra a nossa memória, contra a nossa riqueza, contra o património construído em permanente destruição. Degradante! Portão e muro, uma ruína em marcha.

Ninguém, dos que são bem pagos para governar este país, tem vergonha dos seus actos e omissões?  Aqui ficam imagens , de testemunho!

 

23
Fev15

PORTA DO LUSO


Peter

 

porta luso.jpg

 A Porta do Luso (ex-Serpa) da Fundição Perseverança colocada em 1860

178- PORTA DO SERPA E DO LUSO

 Em 1860 era a porta do Serpa de que falamos no post anterior estreita e acanhada e já não suportava o movimento que desde a sua abertura, cerca de vinte anos antes, tomara como entrada principal, enquanto as duas antigas portas, de Coimbra e de Sula, perdiam a sua primordial importância. A pequena Porta do Serpa e a Porta da Rainha, esta desentaipada desde 1852 eram agora por onde mais gente entrava na Mata, mercê da expansão do termalismo e da elevação progressiva do Buçaco a estância de repouso.  Isto levou  á remodelação da velha Porta do Serpa que em 1866 foi alargada e dotada dum moderno portão em ferro, fundido em Lisboa pela Companhia Perseverança, mestres da fundição em Portugal. Um pórtico com grades em ferro, pilastras e cantarias, as armas Reais e as armas do Carmelo a encimar a obra de arte e a definir a autoridade e a propriedade da floresta. Foi rebaptizada a porta com o nome de Porta do Luso, que abria para um terreiro espaçoso que passou depois a dar acesso á nova estrada da meia encosta que rasgada sobranceira ao Vale de S. Silvestre, passou a proporcionar um melhor acesso aos muitos visitantes do extinto mosteiro.

Ao movimento oferecido pela estância de repouso situada no âmago da floresta junta-se entretanto o dos aquistas das Termas do Luso que no ano de 1852, quando se começaram a registar e contabilizar os dados, foram 498 e no ano seguinte 602, curiosamente mais banhistas que no ano recente de 2013. Em 1856, o número de termalistas subia para 1447, portanto seis anos após a instalação da primeira Comissão dos Banhos do Luso em 27 de Fevereiro de 1850. Esta população estival repartia-se entre o Luso e o Bussaco e veio a crescer até aos quatro mil utentes nos melhores anos de exploração.

alegre.jpg

 Fotografia do Luso na segunda metade do séc.XlX onde se pode

ver a Igreja e  o edificio do Conde da Graciosa, à direita,

construido a partir do ano de 1859, hoje Hotel.

Em 1887 foram comprados e anexados à Mata os 15 hectares de terreno pertencentes ao Marquês da Graciosa, que fez erguer em 1859 um belo edifício destinado a casa de férias do dito conde, e que hoje é um soberbo hotel, o hotel Alegre. Foi a primeira casa nobre, digamos assim, construída no Luso. Com a adição dos novos 15 hectares feita pelos serviços florestais, o espaço intramuros veio a perfazer os 105 hectares actuais.

Este facto deu origem á alteração nos muros da Cerca antiga e a porta do Luso, ex-Serpa,  no seu conteúdo físico foi transferida para a actual estrada de Penacova, metros antes do bairro dos Morgados, onde se encontra hoje em deplorável estado de ruína, igualando nesta matéria quase a totalidade do património nacional classificado do Buçaco. Chama-se oficialmente Porta do Luso, tal como se denominou nos seus derradeiros anos no sítio original, mas a população, mercê da representação de quatro aves no gradeamento do portão, baptizou o portão da Companhia Perseverança de Portão dos Passarinhos. Vamos voltar a falar dele no próximo post e documentar o  estado ruinoso em que se encontra esta obra de arte da fundição nacional , mais um património a perder-se na inconsciência da pátria.

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