NAVEGANDO
Peter
Navegando em circulo no lago inferior do Vale dos Fetos.
Nenhuma raridade biológica, apenas peixes vermelhos
em Dezembro num dia de humidade e frio.
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Peter
Navegando em circulo no lago inferior do Vale dos Fetos.
Nenhuma raridade biológica, apenas peixes vermelhos
em Dezembro num dia de humidade e frio.
Peter
Peter
A velha Portaria da Mata, hoje em dia Portas de Coimbra,
começou a ser construída em 1830 pela comunidade
carmelita e era então principal acesso ao eremitério.
Ali residia em permanência o egresso porteiro encarregado
de receber quem chegava, um lugar de relações públicas
destinado a proporcionar o primeiro contacto com os eventuais visitantes.
Era a chamada porta de fora, considerando a outra porta de entrada já no
sítio do Convento como uma porta de dentro.
Para os eremitas regrantes, tinha lógica esta distinção.
Daquele ponto, donde se continua a desfrutar de uma soberba paisagem
sobre a Bairrada, a Gândara, e o mar Atlântico, se alcançava a cidade de
Coimbra por um caminho que logo de inicio era íngreme para quem subia
e que ao contrário, descendo a serra pelo lugar que é hoje
Stª Cristina,se dirigia por Botão e Brasfemes para a cidade
do Mondego.Rio que nos confins da serra lhe faz limite, separando-a,
na célebre Livraria do Mondego, dos últimos contrafortes da Lousã.
Conserva o nome original da cidade que lhe foi berço, mãe e amparo
no estabelecimento do mosteiro.Em 1831 pelos monges e em 1866
pelo poder civil foi objecto de necessárias reparações.
Depois da extinção da Ordem em 1834 foi a pouco e pouco perdendo
a importância como porta principal de entrada na floresta e resta
hoje como miradouro privilegiado, uma varanda aberta um pouco
abaixo da Cruz Alta, sobre o horizonte em redor.
A construção, como toda a obra carmelita é pobre e de traço simples,
decorada com as armas dos monges em pacientes embrechados de
quartzo e de basalto, dando á humildade da arquitectura ,uma beleza singela
e de natural pureza.Trata-se duma construção recortada no muro da Cerca
onde se inserem duas portas de passagem em arco separadas por um corpo
central que contem transcritas a picão, em duas lápides de pedra, duas bulas
pontifícias.A primeira, do lado esquerdo e do ano de 1822, lembra na palavra
de Gregório XV a pena de excomunhão que pende sobre as mulheres
(bendita emancipação)que entrem nos ermitérios carmelitas, a segunda,
á direita é expressamente dirigida ao Convento do Bussaco pela mão não
menos pesada do papa UrbanoVIII que em 1643 estende a mesma pena a
quem,de forma abusiva, cortar árvores ou fizer danos na mata.
Mal comparado,bem se pode dizer que não é do presente o castigo dos
poderes sobre o cidadão, só que então, um imposto que nos dilacerava
a alma chamado excomunhão , uma pena do foro espiritual de peso
variável, conforme a crença do virtual pagante, hoje um imposto que
nos arrasa a vida caindo sobre o corpo com a insolvência do país mas
o mesmo abuso de quem comanda as redeas.
Sobre o comprimento da estrutura que suporta estes elementos corre uma
cimalha de pedra donde se elevam três frontões em semicírculo rematados
por cruzes e separados por quatro colunas de cantaria. Na parte inferior um
comprido banco de pedra serve o descanso de quem espera.
As duas portas em arco encontram-se hoje dotadas de portões de madeira,
mas a da esquerda,considerado o terreiro de fora, era uma porta tapada
a parede de alvenaria, sobre qual parede se abria outra pequena porta em
arco que dava acesso a visitantes. Por ali se entrava, segundo os relatos
existentes, para um pequeno recinto que servia de sala de espera a quem
aguardava autorização. Desta pequena sala se abria então para o lado
de dentro uma outra porta sobre a qual acima de dois ossos postos em cruz
se podia ler a seguinte quadra
.“Ó tu mortal, que me vês,
Reflete bem comoestou;
Eu já fui o que tu és,
E tu serás o que eu sou.”
A esta simples quadra que se destinava a alertar os “incautos” para a
difícil e temerosa tarefa que os aguardava dentro ou fora, juntam alguns
autores,entre eles Forjaz de Sampaio em Memórias do Bussaco,
um outro textode maior arroubo e força que vou deixar aqui
transcrito da obra referenciada:
Em solitária morada,
Onde a humana voz não soa,
Onde o terreno povoa
Matta de escura ramada,
Feia caveira mirrada
O acaso encontrar me fez;
Cresce o susto, a timidez
Quando ella me diz e grita
-Um pouco pára e medita
Ó tu mortal, que me vês!
“Imóvel então ficando,
Sem querer lhe obedeci;
E com violência senti
O coração palpitando;
De todo os olhos fechando
Frio suor me banhou,
Ella de novo clamou
-Não feches teus olhos, não;
Presta-me mais atenção
Reflete bem como estou.
“com secco tronco me abraço,
Mal podendo respirar
Porque sentia apertar
Da garganta o curto espaço.
Não sei que estranho embaraço
Immoveis torna meus pés,
Falla-me terceira vez,
Ó desengano fatal!
-Eu também fui racional;
Eu já fui o que tu és.
“Eu vendo já de tão perto
Ali o retrato meu,
Os olhos levanto ao céo
Bem dizendo este deserto,
Diz-me então:-D’este decreto
O Deus que tudo creou,
Nenhum mortal isemptou,
Nem condição, nem idade;
Ou mais cedo ou mais tarde
Tu será o que eu sou.
Peter
COMO FUNCIONAM FUNDAÇÕES
ACTA Nº 65 DA CÂMARA DA MEALHADA
TRATA DA RECONDUÇÃO DO ENGENHEIRO CIVIL E O
COMENTÁRIO DUM EDIL DA FREGUESIA SOBRE O
ASSUNTO.
DOIS MESES DEPOIS A FUNDAÇÃO FOI AVALIADA COM
A MEDIOCRE NOTA DE 44 POR CENTO.
QUE RAZÕES MOTIVAM A DISPARIDADE DAS AVALIAÇÕES
MAIS O PRÉMIO DA PRÉ RECONDUÇÃO PRESIDENCIAL?
Merece ser lido o comentário dum edil lusense sobre
um Buçaco que pessoalmente desconheço , não sei porque
olhos o retrata ,mas tiro o boné á eloquência da prosa!
( extrato da acta nº 65 da Câmara da Mealhada
de 19 de Julho de 2012, 2o2 anos após a Batalha do
Bussaco)
1. APROVAÇÃO DA ACTA DA REUNIÃO ANTERIOR: -----------
A Câmara Municipal deliberou, por unanimidade, aprovar a acta da
reunião anterior (Acta n.º 64), após se ter procedido à sua leitura.
-----
2. PROPOSTA N.º 13/2012 –RECONDUÇÃO DO PRESIDENTE DO
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA FUNDAÇÃO MATA DO BUSSACO.
Foi apresentada a Proposta n.º 13/2012, datada de 6 de Julho e
subscrita pelo Sr Presidente da Câmara, com o seguinte teor:
“Tendo decorrido o prazo de três anos de duração do mandato
dos membros do Conselho de Administração da Fundação da
Mata do Buçaco, previsto no n.º 2 do art.º 9.º do Decreto-Lei
n.º 120/2009, de 19 de Maio, propõe-se a recondução no cargo de
presidente do Sr. Eng.º António Jorge Fernandes Franco, por igual
período de três anos, nos termos do n.º 1 do art.º 9.º do já
citado Decreto-Lei.” --------------------------------------
A Câmara Municipal deliberou, por maioria, com os votos a
favor do Sr Presidente da Câmara, da Sra Vice-Presidente,
da Sra Vereadora Arminda Martins e dos Srs Vereadores,
Calhoa Morais e Júlio Penetra,aprovar a proposta apresentada e,
consequentemente, nos termos previstos na mesma,
a recondução do Senhor Eng.º António Jorge Fernandes Franco,
no cargo de presidente do Conselho de Administração da
Fundação da Mata do Buçaco, pelo período de três anos
(término em Maio de 2015).
O Sr Vereador António Miguel Ferreira e a Sra Vereadora
Leonor Lopes abstiveram-se, tendo referido que não o faziam
porque tivessem alguma coisa contra a “pessoa” em si, por
quem disserem ter toda a estima e consideração, mas porque
nunca foram chamados a intervir na definição do perfil da pessoa
escolhida para as funções em causa. O Sr Presidente disse que o
Eng António Franco tem dado bem “conta do recado”, e
que tem sido muito relevante a sua actuação como
Presidente da Fundação.
O Senhor Vereador Júlio Penetra leu a intervenção que a seguir se
transcreve:
“Nesta oportunidade queria aproveitar para associar estes três anos
decorridos de exercício da função de Presidente da F.M.B. pelo Sr.
Engº António Franco,ao sucesso relativo da própria atividade da
Fundação nos seus objetivos de recuperação e promoção da Mata
do Buçaco.
Três anos é um tempo relativamente curto para restaurar fisicamente
o Buçaco e retirar do abandono a que esteve sujeito durante décadas
de negligência, indiferença e muitas agressões, o seu diverso e valioso
património e devolver-lhe o equilíbrio e saúde ambiental,
tão ameaçados e debilitados.
Indiscutivelmente que a entrada em funcionamento deste novo
modelo de gestão de proximidade, trouxe uma nova esperança ao
Buçaco e o EngºFranco, tem uma grande responsabilidade na revolução
que ali se está a operar.Um trabalho começado do zero mais zero que
se possa imaginar, emtermos de uma total ausência de meios técnicos
e financeiros, de recursoshumanos e das condições mais elementares
de instalação para se iniciar uma tarefa tão ciclópica como complexa,
com inúmeras frentes de intervençãosimultânea, qual delas mais
prioritária e urgente do que as outras, e que deu já passos enormes,
visíveis e seguros. Sobretudo, com o grande mérito de ter
sabido atrair sobre o Buçaco a atenção de muitos setores da sociedade
portuguesa, de empresários a investigadores e universidades nacionais
e estrangeiros, mas sobretudo de amigos, de muitos amigos que o
visitam cada vez mais, que se organizam de forma voluntária e
apaixonada para participar da sua recuperação. O que se está a
(re) construir no Buçaco é porventura o mais valioso empreendimento
e também o maior desafio em que estaCâmara Municipal, em qualquer
altura se envolveu e comprometeu, e por isso não é demais destacar
essa oportuna e corajosa decisão de assumir responsabilidades na
gestão da Mata do Buçaco. A minha posição face à
proposta de recondução do Sr. Eng.º António Jorge Franco, em
representação da Câmara na Administração da F.M.B. é de aprovação e,
ao mesmo tempo, um voto de confiança no modelo de gestão ali
assumido, do qual esperamos os melhores resultados para a Mata
do Buçaco”. a)
A Sra Vice-Presidente tomou a palavra para referir ser óbvia a
recondução pela acção desenvolvida e por tudo o que o Bussaco
representa a nível local, regional e nacional.
O Senhor Vereador Calhoa Morais interveio a propósito do mesmo assunto,
tendo referido que o Eng.º António Jorge e a sua equipa, com o trabalho que
realizaram, tiveram o dom e o condão de colocar o Bussaco no mapa.
Acrescentou que o trabalho desenvolvido deu muita visibilidade ao Concelho
e chamou a atenção para a riqueza da Mata. Terminou a sua intervenção
dizendo que por tudo o que referiu concordava com a recondução do Eng.º
António Jorge no cargo.
Etc,etc,etc,etc,etc,etc...
a)Meu caro amigo, se tivesse utilizado esta prosaica e eloquência
retórica na defesa das termas quando teve consciência dos enganos
em que participou,não seria mais sensato e benéfico para a sua e
minha terra natal?
Peter
Este é um antigo e belo postal representando a Porta
da Rainha no Bussaco em dia de passeio pela Mata
como se pode comprovar pelos varapaus transportados
pelos forasteiros apanhados em descanso.
Esta Porta foi aberta em 1693 para a passagem da
Rainha de Inglaterra D. Catarina de Bragança , filha
de D.João IV e de Luisa de Gusmão, que pretendia
visitar o Bussaco por razões de fé.
Porque a visita não chegou a ter efeito foi a porta
entaipada e reaberta em 1704 quando passou pelo
Bussaco o Rei D. Pedro II. Foi restaurada em 1876.
A construção desta nova entrada no Ermitério
perto da estrada Luso-Mortágua, tirou mais tarde
importância á Porta de Sula que lhe fica acima três
centenas de metros e que era até então o principal
acesso para o interior do reino.
Ainda a respeito da Rainha , a impossibilidade da
visita acabou por ser abençoada pois tratar-se-ia
da primeira entrada de mulheres na Cerca
Conventual. Quis a vontade divina, disse-se então,
que tal não acontecesse.
Como curiosidade acrescente-se que foi esta rainha
Catarina, mulher do rei inglês Carlos II, que
introduziu no Reino Unido o uso do tabaco e do chá,
este segundo que se veio a tornar depois
num hábito institucional da nação insular que se
mantem até aos nossos dias.
Peter
Reproduz-se aqui a imagem dum velho postal que
tem a particularidade, relativa ao seu próprio tempo ,
de ser pintado á mão.
Mas sempre belo e fotogénico!
Peter
É poente o caminho e estremeço
em temores obscuros , frustrações
da nudez que me leva,reflexões
de quem já fui, alguém, que não pareço.
a serra é amena , é bela , de ilusões´
se propaga na névoa que conheço
no degrau duma escada ou no avesso
de sombras sob a luz de tentações
adoro no silêncio a chuva , o nevoeiro
deuses que tem do bosque companhia
passos do Carregal á Fonte Fria
do Vale dos Fetos ao adro do Mosteiro
um sestércio em Pilatos, prisioneiro
de mim, deambulando,é fim do dia.
Peter
Na fotografia vê-se o famoso cedro do Buçaco
plantado em1644.Com 368 anos de idade, vê-se agora
na iminência de ruir por inépcia e desinteresse da
Fundação do Buçaco. O cabo que há várias décadas
sustenta em pé o velho exemplar foi partido junto ao
cepo de cimento que o segurava e ninguém se move
para repor a segurança e lhe salvar a vida.
O último responsavel, se ainda vivemos num país com
regras e lei é o Ministério da Agricultura ,que não deve
esquecer que o Buçaco é uma Mata Nacional entregue
á gestão de curiosos, entre os quais o presidente
politicamente eleito, um engenheiro civil.
É nosso dever de cidadão zelar pelo que nos
pertence e denunciar sistematicamente
a incompetência e o oportunismo.
A Mata Nacional do Buçaco está a ser destruída.
Peter
No relatório da avaliação feita pelo Estado ás
Fundações a Fundação Mata do Buçaco ficou-se
por uns mediocres 44%.
Um chumbo claro, que atesta que aquilo que
se vem aqui denunciando tem razão de ser.
Apesar de toda a demagógica propaganda dos
pseudo administradores da coisa publica e do
shwo off subjacente a Mata Nacional, está
pior do que quando estava nas mãos do Ministério
da Agricultura e os visitantes são muito menos do
que os que nos visitavam então.
É a contribuição da Afundação e Afundações
públicas para o estado a que chegou este país
rapando , neste caso, aos portugueses ,
milhares de euros para destruir a Mata Nacional.
Contabilizado em termos de receitas turisticas
uma catastrofe.
É evidente que desmandos destes , cedo ou tarde,
terão que acabar, os portugueses já disseram na
rua que não querem oportunistas e habilidosos
e outros nomes bem mais graves lhes chamaram.
Para sublinhar a questão, a fotografia de topo
diz respeito á porta da entrada na Mata pela
Avenida Navarro, no Luso.
Está exactamente na mesma ruina em que estava
há um ano atrás, conforme se pode verificar
pelo meu post de 17 de Setembro do ano passado
no meu blog Bussaco blogs.sapo.pt
Peter
José Antºda Sª Veiga.inv José PerªBaptista do Porto
Batalha do Bussaco,ganhada pelo Exército Anglo-Lusitano,comandado
pelo General Lord Welington, contra o ExércitoFrancez, com.do por
Massena,27 de Setembro de 1810 (coleção particular, cópia rara)
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