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______BUÇACO______

TEXTOS ,SUBSÍDIOS, APOIO

______BUÇACO______

TEXTOS ,SUBSÍDIOS, APOIO

23
Fev15

PORTA DO LUSO


Peter

 

porta luso.jpg

 A Porta do Luso (ex-Serpa) da Fundição Perseverança colocada em 1860

178- PORTA DO SERPA E DO LUSO

 Em 1860 era a porta do Serpa de que falamos no post anterior estreita e acanhada e já não suportava o movimento que desde a sua abertura, cerca de vinte anos antes, tomara como entrada principal, enquanto as duas antigas portas, de Coimbra e de Sula, perdiam a sua primordial importância. A pequena Porta do Serpa e a Porta da Rainha, esta desentaipada desde 1852 eram agora por onde mais gente entrava na Mata, mercê da expansão do termalismo e da elevação progressiva do Buçaco a estância de repouso.  Isto levou  á remodelação da velha Porta do Serpa que em 1866 foi alargada e dotada dum moderno portão em ferro, fundido em Lisboa pela Companhia Perseverança, mestres da fundição em Portugal. Um pórtico com grades em ferro, pilastras e cantarias, as armas Reais e as armas do Carmelo a encimar a obra de arte e a definir a autoridade e a propriedade da floresta. Foi rebaptizada a porta com o nome de Porta do Luso, que abria para um terreiro espaçoso que passou depois a dar acesso á nova estrada da meia encosta que rasgada sobranceira ao Vale de S. Silvestre, passou a proporcionar um melhor acesso aos muitos visitantes do extinto mosteiro.

Ao movimento oferecido pela estância de repouso situada no âmago da floresta junta-se entretanto o dos aquistas das Termas do Luso que no ano de 1852, quando se começaram a registar e contabilizar os dados, foram 498 e no ano seguinte 602, curiosamente mais banhistas que no ano recente de 2013. Em 1856, o número de termalistas subia para 1447, portanto seis anos após a instalação da primeira Comissão dos Banhos do Luso em 27 de Fevereiro de 1850. Esta população estival repartia-se entre o Luso e o Bussaco e veio a crescer até aos quatro mil utentes nos melhores anos de exploração.

alegre.jpg

 Fotografia do Luso na segunda metade do séc.XlX onde se pode

ver a Igreja e  o edificio do Conde da Graciosa, à direita,

construido a partir do ano de 1859, hoje Hotel.

Em 1887 foram comprados e anexados à Mata os 15 hectares de terreno pertencentes ao Marquês da Graciosa, que fez erguer em 1859 um belo edifício destinado a casa de férias do dito conde, e que hoje é um soberbo hotel, o hotel Alegre. Foi a primeira casa nobre, digamos assim, construída no Luso. Com a adição dos novos 15 hectares feita pelos serviços florestais, o espaço intramuros veio a perfazer os 105 hectares actuais.

Este facto deu origem á alteração nos muros da Cerca antiga e a porta do Luso, ex-Serpa,  no seu conteúdo físico foi transferida para a actual estrada de Penacova, metros antes do bairro dos Morgados, onde se encontra hoje em deplorável estado de ruína, igualando nesta matéria quase a totalidade do património nacional classificado do Buçaco. Chama-se oficialmente Porta do Luso, tal como se denominou nos seus derradeiros anos no sítio original, mas a população, mercê da representação de quatro aves no gradeamento do portão, baptizou o portão da Companhia Perseverança de Portão dos Passarinhos. Vamos voltar a falar dele no próximo post e documentar o  estado ruinoso em que se encontra esta obra de arte da fundição nacional , mais um património a perder-se na inconsciência da pátria.

14
Fev15

SERPA MACHADO


Peter

Manuel_de_Serpa_Machado.png

 Imagem de Manuel Serpa Machado,

dos primeiros salvadores do Bussaco cenobitico. 

 177- UM AMIGO DO BUSSACO E A PORTA DO SERPA

 S ão incontáveis os amantes do Buçaco desde a sua criação até aos nossos dias. Desde os primeiros construtores, aos habitantes, aos visitantes, aos residentes, aos presos, aos namorados, aos merendeiros, muitos foram os que gostaram da floresta e é bom que continuem, pelo menos aqueles que amam a botânica, o ambiente, a tranquilidade, o repouso, a reflexão, o silêncio, os poeta e os pensadores, se entretanto financeiros, economistas, oportunistas, políticos, e outra gente incapaz de compreender que um bosque ou uma floresta é, como dizia Vítor Hugo, uma catedral onde os rendilhados humanos são bordados da natureza, não destruírem irresponsavelmente um bem dum país com alguns séculos de vida , às vezes de corajosa manutenção.

Vem isto a propósito de relembrar Manuel de Serpa Machado, um desses apaixonados que em 1836, dois anos depois da extinção dos conventos já visitava o Bussaco. Após a saída dos frades a Cerca ficou aberta á devassa de toda a gente, baldio sem dono nem senhor, já que o reino, a quem competia como hoje ao Estado zelar pelos seus pertences, se eximiu ao cumprimento das suas primordiais funções. Muros no chão, árvores mutiladas, ermidas saqueadas, caminhos invadidos. A meia dúzia de egressos que sobraram do convento por não terem lugar para onde ir, ficaram a vigiar voluntariamente o espaço, mas sem qualquer pagamento ou autoridade que lhes desse o crédito preciso para se impor, não eram suficientes para impedir o prejuízo.

A Serpa Machado, como ao nosso ex-moço Francisco, um dos egressos, doeu o coração e iniciou uma campanha de sensibilização junto de amigos e companheiros políticos o que levou as cortes, depois duma intervenção de Costa Cabral, então deputado, mais tarde ministro, a alterar a situação com a retirada do mosteiro da lista de bens á venda e de imediato em 1938  se procedeu à nomeação de Frei António de Santa Luzia, o último prior do Convento, para administrador da Mata sem pagamento de renda mas com o dever de reparar os muros derrubados da cerca que por essa altura tinha duas entradas, as portas de Coimbra e as de Sulla. A seguir, reconhecendo que as duas portas existentes eram insuficientes, promoveu Serpa Machado a abertura duma pequena porta, pouco mais que um postigo, a juzante do vale de S. Silvestre para dar acesso mais cómodo e mais rápido á aldeia do Luso, por onde se passou a fazer a maior parte do movimento. Esta porta, enquanto existiu, duas dezenas de anos, ficou assim denominada por Porta do Serpa.

MOSTEIRO 875.jpg

 Imagem  do Mosteiro, ao tempo de Serpa Machado

 

Este homem, amigo desinteressado da Mata, nasceu em 1784 na freguesia de S. João das Areias, Stª Comba Dão. Foi professor de direito na Universidade, par do reino, vice-presidente das cortes e participou nas conhecidas constituintes de 1822, e como amigo que foi, foi igualmente o primeiro a retirar a Cerca e o Convento das garras dos vendilhões. Levando a cabo uma acérrima luta a favor do património monásquico, Serpa Machado conseguiu sensibilizar e juntar influências capazes de retirar da lista dos leilões do reino o valioso património .

O que seria o Bussaco nessa hipotética versão, passando para a mão de intermediários, não sabemos, porém, avaliando pelo que sucede hoje em dia, fácil seria prever que a engorda de intermediários parasitas da nação, poderia ser um cenário.  

Morreu em 2 de Agosto de 1858 e está sepultado no cemitério da sua terra natal, S. João das Areias, num acerbo tumular abandonado e esquecido. Se os mortos tivessem consciência é natural que se revolvesse na urna.

11
Fev15

PAUL GAUGUIN


Peter

gauguin

 De Paul gauguin , o quadro mais valioso do mundo,

intitulado ´'Nafea Faa Ipoip' em lingua polinesa, 'quando

te casarás' em lingua portuguesa,

O quadro a óleo acima, de Paul Gauguin, foi vendido

recentemente  a um investidor do Qatar por cerca de

300 milhões de  dolares, uma venda que  bateu todos os

records de vendas  anteriores , deixando a quarenta

milhões de distância o ex-record, agora segundo  classificado

neste rankink de pinturas, onde  o nosso Senhora 

do Leite, queimado vivo à luz da vela, não passaria dos

100 mil euros de valor. Uma ninharia!!!!!!!!

cezanne.jpg

  O agora segundo classificado, por ordem de vendas é a

tela supra

Como tudo é relativo e a nossa pobreza é endémica, o

Josefa de Óbidos era decerto valioso  dentro do nosso

mercado. Ficamos com uma ideia, ainda que mínima do

mercado respectivo. A incuria, evidente, não é a mesma!

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