SANTA CRUZ DO BUSSACO
Peter
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CONVENTO DE SANTA
CRUZ DO BUSSACO
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Quando a Ordem dos Carmelitas Descalços pensou em fundar no reino de Portugal um ermitério ou clausura para fazer penitência , procurou local propiciador duma vida simples , pobre, e isolada de modo a poder cumprir cabalmente o rigor penitente das regras do carmelo. Por isso fugiu da serra de Sintra e da proximidade de Lisboa e entre umas serras em Miranda do Corvo e uns terrenos da mitra na serra do Buçaco, optou por estes, não só pela beleza e condições das mesmas mas também pela facilidade e empenho do Bispo Conde de Coimbra D. João Manuel na cedência do sitio, tranquilo e prazível.
Frei Ângelo Domingos, reitor então do colégio dos ditos na cidade, aproveitou a oferta do bispo que por palavras dizia ser “…um lugar de sua propriedade na serra do Luso, lugar de matas e terras a que chamam Bussaco…” e que, julgava ele João de Melo eram”…conforme os propósitos da congregação para a fundação do ermitério,” mais tarde chamado de Santa cruz do Bussaco.
Visitado o sítio pelo padre geral da ordem, não só o aprovou e decidiu definitivamente sobre a localização da clausura, como teve um comentário mais ou menos textual, conforme segue: “… Aqui é vontade de Deus que se funde; murem este sítio, que nele têm o melhor deserto da ordem. Porque se agora, inculto, rude e tosco, é o que admiramos, cultivado será um paraíso terreal”.
Procedeu-se então á louvação do Buçaco, justo pelo valor de 180.000 mil reis “ por ser infrutífero e de pouco rendimento”.
Assim, a 29 de Junho de 1628, hospedaram-se no Luso, vindos de Aveiro, Frei Tomas de S. Cirilo, primeiro vigário, Frei João Batista e Alberto da Virgem,”…trazendo cada um um cobertor para a mesa e dez cruzados para o começo da obra.”
O Luso era na altura um pequeno lugar de moleiros e pastores, dividido entre os lugares do Luso da Igreja e D’Além, uns explorando mós na extensão do ribeiro que, saindo da nascente de S. João, um charco comum e comunitário, fazia fértil o vale da Vacariça, os outros guardando gado pelas encostas da serra em pequenos rebanhos de carneiros, cabras e ovelhas. Neste lugar, na parte chamada De Além, se instalaram os frades em rua e casa que, ainda que transformadas, existem hoje.
A 25 de Julho juntaram-se a estes mais três camaradas, Frei António do Espírito Santo, Frei Bento dos Mártires e o irmão António das Chagas, oficial de alvenaria. A 7 de Agosto desse mesmo ano de 1628 terão subido de vez a serra e lançaram a primeira pedra iniciando assim a construção do mosteiro. A19 de Março de 1630 davam inicio á sua vida de comunidade regular.
Na altura, o Bussaco era já um local de pujante arvoredo podendo referenciar-se por testemunhos escritos da época e entre espécies indígenas a existência de pinheiros, loureiros, carvalhos, aroeiras, azereiros, espinheiros, castanheiros, olaias, catrapeiros, pirliteiros, acácias, vidoeiros, medronheiros, salgueiros, murtas e giesteiras.
Ora os frades descalços não só conservaram esta vegetação abundante como trataram de enriquecer os